05/12/2024 - 14:41
A diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse nesta quinta-feira, 5, que a nova descoberta de gás da subsidiária da estatal na Colômbia, em sociedade com a Ecopetrol, visa produzir o gás e distribuí-lo para o mercado colombiano em um primeiro momento. “Não pretendemos exportar o gás da Colômbia para o Brasil neste primeiro momento. Nesse negócio, no momento, estamos olhando exclusivamente para o mercado colombiano. Há uma demanda imensa por gás natural na Colômbia e, em poucos anos, eles estariam importando (caso nada mais fosse descoberto)”, disse.
Em seguida, porém, ela disse que a Petrobras vai continuar perfurando para aumentar a produção futura e, então, a exportação via gás natural liquefeito, inclusive para o Brasil, seria “um caminho natural”. Ela falou a jornalistas na tarde desta quinta-feira.
O mercado colombiano de gás natural é de 30 milhões de metros cúbicos (m³) por dia, sendo algo entre 35% e 37% deste volume utilizado por usinas termoelétricas. O restante se divide entre os setores industrial, veicular e residencial.
“O setor residencial tem nível de cobertura maior do que no Brasil, cerca de 80% das residências são abastecidas com gás. A produção de Sirius vem justamente para abastecer essa necessidade natural do país, onde havia um declínio da produção interna”, disse o gerente da Petrobras International Braspetro Colômbia (PIB-COL), Rodrigo Costa.
Calendário
Segundo os executivos da Petrobras, técnicos do consórcio recolhem amostras de rocha para entender o comportamento do reservatório e modelar o volume, e devem avançar para testes de vazão em janeiro. A fase de desenvolvimento da produção começa entre janeiro e março.
O próximo poço exploratório planejado, Buena Suerte, deve ser perfurado a partir de março e o terceiro, Papa Yuella, deve ser perfurado no segundo semestre, caso o anterior seja bem-sucedido.
Descoberta
As duas petroleiras comunicaram nesta quinta ao mercado a maior descoberta de gás da história da Colômbia, com o poço exploratório Sirius-2, que fica no mar, a 77 quilômetros de Santa Marta, capital do departamento de Magdalena, ao norte do país, em lâmina d’água de 830 metros.
No futuro, comunicou a Petrobras, a produção esperada por meio de quatro poços produtores em desenho “subsea to shore” – quando a produção é escoada diretamente para uma planta de processamento montada na costa – é de cerca de 13 milhões de m³ por dia durante 10 anos.
O consórcio, em que a Petrobras detém 44,44% do negócio, estima investir US$ 1,2 bilhão para a fase exploratória e US$ 2,9 bilhões já na fase de desenvolvimento da produção.
Para efeito de comparação, disse Anjos, Raia Manta, da Petrobras e Equinor na Bacia de Campos, e o projeto Sergipe Águas Profundas (Seap) na Bacia de Sergipe-Alagoas, esperam incrementar, cada um, em 18 milhões de m³ por dia.