14/11/2017 - 7:30
A linha de transmissão de 2.087 quilômetros de extensão que vai distribuir a energia gerada pela hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu, está pronta e passa pelos últimos testes. O chamado bipolo, formado por duas linhas paralelas de transmissão, deve entrar em operação no dia 12 de dezembro.
A operação deve ajudar a reduzir a pressão sobre grandes reservatórios do País, que vivem o pior cenário hídrico da história. No Rio São Francisco, a barragem de Sobradinho, que regula uma série de hidrelétricas rio abaixo, está com apenas 2% de sua capacidade total de armazenamento e deve chegar a zero até o fim deste mês. No Rio Tocantins, o reservatório de Serra da Mesa, o maior do País em volume de água, está com 6% de sua capacidade plena.
Com o início do período chuvoso em dezembro, a linha que carregará a energia retirada do Rio Xingu vai apoiar a entrega de eletricidade das sete turbinas de 611 megawatts (MW) cada que já estão em operação em Belo Monte, além das máquinas da casa de força complementar da usina, que geram 233 MW. Sem a linha, Belo Monte não teria como distribuir sua energia, por causa de restrições técnicas de linhas locais.
A linha de transmissão custou R$ 5 bilhões e foi erguida pela concessionária BMTE. Começa no município de Anapu, no Pará, a 17 quilômetros de distância da usina, e corta 65 municípios de quatro Estados – Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais -, até chegar ao município de Estreito, na divisa de Minas e São Paulo. Será a primeira rede de “ultra alta tensão” (800 kilovatts) a funcionar no País.
Testes. “A estrutura foi 100% concluída e os testes com energia já começaram. A partir de dezembro, a geração de Belo Monte começa a chegar à Região Sudeste”, disse Newton Zerbini, diretor de meio ambiente da BMTE, concessionária formada pela chinesa State Grid em parceria com Furnas e Eletronorte. A previsão da BMTE é que o Ibama libere a licença de operação da malha até a primeira semana de dezembro. A autorização é necessária para que a rede seja efetivamente acionada. O prazo, conforme adiantou o Estado em setembro, antecipa em dois meses o cronograma original de operação da linha, que tinha previsão contratual de ser energizada em 12 de fevereiro de 2018.
Neste ano, as obras da BMTE passaram a ser monitoradas semanalmente pelo Ministério de Minas e Energia, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com o propósito de antecipar a operação do linhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.