Centrais sindicais convocam uma greve geral de trabalhadores para esta sexta-feira (28) em um protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência que tramitam no Congresso. A greve geral é organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelas frentes de esquerda Brasil Popular e Povo Sem Medo, que têm participação de diversos movimentos sociais.

A cidade de São Paulo amanheceu sem transporte de metrô, trens e ônibus urbanos. Barricadas, pneus incendiados e pequenas manifestações atingiram vários pontos da cidade. Desde as primeiras horas da manhã, há lentidão e congestionamentos acima da média na capital paulista. Pode haver paralisações que durem poucas horas até greves que durem o dia inteiro.

Algumas estações das linhas 1-Azul e 5-Lilás do Metrô voltaram a operar, e também um trecho da Linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) retornou às atividades na manhã desta sexta-feira, por volta das 9h.

Os aeroportos de Congonhas e Cumbica operam normalmente, apesar da decisão do Sindicato Nacional do Aeroviários – que administram os check-ins e bagagens – de aderir à greve geral. Pela manhã, em Congonhas, houve protestos que causaram o atraso de alguns voos.

Na capital paulista, haverá uma manifestação organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo está marcada para as 17h no Largo da Batata. No Rio de Janeiro, um ato está programado para as 15h na Cinelândia.

Todos os 25 Estados e o Distrito Federal tiveram manifestações ou alguma paralisação em protesto contra as reformas do governo federal, de acordo com levantamento do site G1, da Rede Globo.

Confira abaixo as categorias da região metropolitana de São Paulo que decidiram aderir ou farão assembleias sobre o tema:

Sindicato dos Metroviários de São Paulo: A linha 1-Azul circula entre as estações Ana Rosa e Luz. Os trens não estão parando na estação Sé por motivos de segurança, por causa do grande número de manifestantes na região.

Na linha 2-Verde, já há circulação entre as estações Ana Rosa e Clínicas. A linha 5-Lilás já retornou normalmente às atividades, e os trens circulam em todas as estações da linha, segundo informações do site oficial do Metrô.

As linhas 3-Vermelha, e o monotrilho da linha 15-Prata do Metrô permanecem paralisadas e não há previsão para retorno das atividades. A linha 4-Amarela, administrada pela empresa ViaQuatro, funciona normalmente. A paralisação foi confirmada apesar de liminares proibindo a greve.

Sindicato dos Ferroviários de São Paulo: De acordo com a última atualização divulgada pela CPTM, por volta das 11h30, todas as linhas operam parcialmente.

A linha 7-Rubi tem circulação de trens entre as estações Luz e Pirituba. Na linha 8-Diamante, há circulação parcial entre as estações Osasco e Barra Funda. Os trens de linha 9-Esmeralda circulam entre as estações Jurubatuba e Pinheiros. A linha 10-Turquesa tem circulação parcial entre as estações Tamanduateí e Luz. Na linha 11-Coral, os trens já circulam entre as estações Tatuapé e Luz. A linha 12- Rubi tem circulação de trens entre as estações USP Leste e Brás.

A previsão do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo dos ferroviários era de que a greve durasse 24 horas.

Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo: Apenas as linhas de micro-ônibus e vans, que circulam nos bairros e são administradas por cooperativas, estão circulando na manhã desta sexta-feira (28). Ônibus urbanos que conectam bairros devem ficar paradas por 24 horas. A paralisação começou às 22h desta quinta-feira (27). A paralisação foi confirmada apesar de liminares proibindo a greve.

O secretário municipal dos Transportes Sérgio Avelleda disse, em entrevista à rádio CBN, disse que o sindicato dos motoristas de ônibus descumpriu decisão liminar judicial e que a Procuradoria Geral do Município já foi acionada para providenciar da Justiça cobrança de multa  aos manifestantes.

Aeroportos: Em São Paulo, o aeroporto de Congonhas tem greve da categoria dos aeroviários (que administram check-ins e bagagens), mas e o aeroporto funciona normalmente. Cerca de 30% do efetivo de profissionais foi mantido, segundo informações da Rede Globo. Manifestantes do Sindicato dos Aeroviários protestaram dentro do aeroporto por volta das 7h, e seguiram em passeata pela Avenida Washington Luís. A via ficou parcialmente interditada.

O aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, também funciona normalmente. Três voos da companhia Latam que sairiam de Guarulhos foram cancelados. De acordo com a assessoria da GRU Airport, que administra o aeroporto, os cancelamentos já estavam confirmados na noite de quinta-feira (27) e não têm relação com a greve geral. Os voos cancelados da Latam tinham como destino Belo Horizonte, Curitiba e Maceió.

Nas primeiras horas da manhã, manifestantes bloquearam a rodovia Presidente Dutra, próximo ao acesso ao aeroporto, mas a via já foi liberada. O policiamento foi reforçado na rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao aeroporto internacional.

Em assembleia na noite desta quinta-feira, os pilotos e comissários decidiram que não farão greve após terem sido contemplados com emendas incluídas na reforma trabalhista que isentou a categoria de algumas mudanças propostas na lei, que foi aprovada na Câmara dos Deputados.

Correios: A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos, que reúne todos os sindicatos regionais da categoria, decidiu entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 28. Cabe a cada sindicato estadual decidir se adere à decisão da federação nacional.

Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo: A maior parte das agências bancárias na Grande São Paulo deve fechar durante a sexta-feira. Cerca de 80% dos funcionários de bancos da região metropolitana de São Paulo aprovaram a paralisação, em assembleias realizadas localmente. Cada agência deve decidir se abrirá ou não de acordo com o número de bancários que comparecerem ao trabalho.

Sindicato dos Professores de São Paulo: O sindicato dos professores de escolas particulares do Estado de São Paulo informa, em seu site oficial, adesão à greve.

Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo: Os professores da rede pública estadual em São Paulo decidiram aderir à paralisação em uma assembleia no dia 31 de março. Além de ser contra as reformas trabalhista e da Previdência, a categoria também reivindica reposição salarial de 22%.

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC: A diretoria dos metalúrgicos do ABC apoia a greve desta sexta-feira. Na última terça (25), centrais sindicais e sindicato já organizaram um atraso na entrada de trabalhadores nas montadoras como prévia da greve.

Rio de Janeiro

Na cidade do Rio de Janeiro, ônibus operam com frota reduzida. Metrô e trens funcionam normalmente. Porém, a Ponte Rio-Niterói está fechada devido a protestos.

Segundo as empresas municipais de ônibus, que operam por meio da Rio ônibus, o não comparecimento do trabalhador será considerado ausente, com consequências previstas na legislação trabalhista. A concessionária do VLT Carioca informou que o Veículo Leve sobre Trilhos teria operação normal nas linhas 1 e 2 . Porém, um protesto de black blocks paralisou um trecho do VLT nesta manhã.

As secretarias estadual e municipal de Educação informaram que as escolas funcionarão normalmente.Os profissionais que faltarem terão o ponto cortado. O Colégio Federal Pedro II enviou nota informando que amanhã será ponto facultativo e não irá descontar o dia de quem não for trabalhar.

Bahia

Os rodoviários em Salvador participam da greve e as agências bancárias estão fechadas.

Professores das redes estadual e municipal também participam da greve geral. Os médicos estaduais informaram que suspenderam os atendimentos eletivos (como consultas). Os serviços de urgência e de emergência nos hospitais foram mantidos.

Petroleiros participam da greve, assim como os servidores municipais e da Justiça e do Ministério Público Estadual.

A prefeitura de Salvador informou que os servidores que faltarem “sem justificativa para a ausência terão o ponto cortado”, e anunciou que os funcionários que não aderirem poderão utilizar serviços de táxis sem custo, nos horários de início e fim de expediente.

Brasília

A capital da República amanheceu sem transporte de ônibus e de metrôs, e com barricadas que bloquearam o acesso ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Os acessos ao aeroporto foram interditados pela Polícia Militar por medida de precaução, após os bloqueios feitos por manifestantes. Algumas pessoas deixaram os veículos e foram a pé até o terminal durante a manhã.

A Inframerica, concessionária que administra o aeroporto, informou, em comunicado publicado em sua página na internet, que, devido à paralisação, o terminal está operando, mas que podem ocorrer atrasos nos voos.

As duas vias da Esplanada dos Ministérios foram fechadas e o policiamento na região foi reforçada, segundo a Rede Globo. Há cerca de dois mil policiais em patrulha na Esplanada, segundo a emissora.

Minas Gerais

Ao menos 14 categorias em Minas Gerais aderiram à greve geral convocada pelas centrais sindicais. Rodoviários, metroviários, professores das redes pública e privada, servidores públicos, profissionais da saúde, trabalhadores dos Correios, eletricitários, bancários, psicólogos, economistas, jornalistas, radialistas, petroleiros e aeroportuários participam da mobilização.

Os professores das escolas municipais de Belo Horizonte aprovaram uma greve de dois dias, que começou nesta quinta-feira (27).

Professores e servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também decidiram cruzar os braços, assim como os das universidades federais de Juiz de Fora (UFJF), de Viçosa (UFV) e de Uberlândia (UFU). Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), docentes de mais de 30 escolas e universidades particulares da capital participam da mobilização, inclusive a particular Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas).

Bancários de diversos municípios também aprovaram a adesão e as agências devem permanecer fechadas em Juiz de Fora, Patos de Minas, Ipatinga, Uberaba, Cataguases, Divinópolis e Teófilo Otoni, além de Belo Horizonte.

No setor da Saúde, algumas unidades funcionam com escala mínima. De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), é o caso do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, do Hospital Júlia Kubistchek e do Hospital Odete Valadares.

A BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, informou que os serviços são oferecidos normalmente. A empresa orienta os passageiros a se informarem previamente com as companhias aéreas sobre a situação de seus voos.