16/09/2017 - 14:30
A Polícia britânica afirmou, neste sábado (16), que continua trabalhando com a possibilidade de haver outros suspeitos envolvidos no atentado de sexta-feira no metrô de Londres, após a prisão de um rapaz de 18 anos no porto de Dover (sudeste).
“Neste estágio, continuamos estudando a possibilidade de haver um único responsável pelo ataque” que fez 30 feridos, declarou Neil Basu, das unidades antiterroristas da Polícia.
“Nossa prioridade (…) é identificar e localizar outros possíveis suspeitos”, acrescentou.
Por volta das 7h50, a Polícia prendeu um jovem de 18 anos por susposta participação na “realização, preparação ou instigação de um ato terrorista”.
Poucas horas depois, fez uma batida em uma casa a 20 km de Londres, como parte das investigações sobre o atentado em uma estação de metrô da capital.
“Fizemos uma detenção importante em nossa investigação esta manhã”, anunciou Neil Basu, em um comunicado neste sábado.
A Polícia do condado de Kent, no sudeste da Inglaterra, deteve o suspeito “na zona portuária de Dover”, afirmou a força de segurança.
O jovem está em prisão preventiva em um posto da Polícia local, à espera de sua transferência “para Londres, mais tarde”, no mesmo dia, indicou a ministra do Interior, Amber Rudd, em uma mensagem transmitida pela televisão ao fim de uma reunião de emergência do Governo.
A ministra considerou que é “muito cedo” para dizer se o suspeito era conhecido das autoridades britânicas, como afirmou na véspera Donald Trump no Twitter. As declarações do presidente americano incomodaram a primeira-ministra britânica, Theresa May, que respondeu, pedindo que não “especulem sobre uma investigação em curso”.
– Nenhuma outra prisão –
No início da tarde, a Polícia fez uma batida em uma casa de um bairro residencial de Sunbury-on-Thames, 20 km a sudoeste de Londres. O local e as casas dos arredores foram evacuados e se estabeleceu um perímetro de isolamento no raio de 100 metros.
“Nenhuma outra prisão foi efetuada”, informou a Polícia.
O ataque – o quinto em seis meses no Reino Unido – aconteceu na sexta-feira (15) no horário de pico, por volta das 8h20 (4h20 de Brasília), na estação de Parsons Green, localizada em um bairro nobre no sudoeste da capital.
“É uma investigação que avança muito rápido. Realizamos progressos consideráveis e continuaremos fazendo o melhor que pudermos para reduzir as ameaças no país”, declarou a chefe da Polícia londrina, Cressida Dick, à BBC.
Diante do temor de outro ataque “iminente”, as autoridades britânicas elevaram na sexta, pela segunda vez em poucos meses, o alerta terrorista de “grave” para “crítico”, seu nível máximo.
“Embora estejamos satisfeitos com os avanços conseguidos, a investigação segue em frente e o nível de ameaça permanece crítico”, declarou Neil Basu no comunicado.
Cometido com um artefato de fabricação caseira e qualificado de “terrorista” pela Polícia, o ato foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
– Reforço policial –
Em pronunciamento pela televisão, May anunciou o envio de militares para locais-chave não acessíveis ao público para permitir um aumento da presença policial nos transportes públicos.
No total, 1.000 agentes foram realocados “pelo país”, segundo o comandante de Polícia Mark Rowley, enquanto “até 1.000 militares” ocuparão seu cargo a partir deste sábado em locais estratégicos. Entre os pontos selecionados, estão as centrais nucleares e outras infraestruturas importantes, comunicou o Ministério da Defesa.
“Não patrulharão as ruas”, esclareceu um porta-voz.
De acordo com o último balanço publicado pelos serviços de saúde, 30 feridos foram atendidos no hospital. Nenhum deles se encontra em estado grave, e muitos tiveram queimaduras. Apenas três deles permaneciam internados neste sábado.
O balanço poderia ter sido muito pior, afirma May, assegurando, na sexta-feira, que “o artefato explosivo foi feito para provocar enormes danos”.
Fotos divulgadas no Twitter mostravam um balde branco pouco danificado pegando fogo em uma sacola plástica, dentro de um vagão de metrô, perto das portas automáticas. Cabos elétricos saíam da sacola.
Os restos da bomba estão sendo examinados por especialistas, segundo a Polícia, que não quis comentar as informações da imprensa britânica sobre a suposta falha do detonador da bomba, ou o fato de que ela contivesse pregos e TATP, um explosivo usado pelos extremistas.
A estação de metrô de Parsons Green voltou a abrir suas portas neste sábado.
O Reino Unido sofreu nos últimos meses uma série de atentados em um contexto de aumento dos ataques extremistas na Europa.