06/06/2007 - 7:00
DINHEIRO – Foi bom o desempenho do turismo no primeiro quadrimestre?
MARTA SUPLICY – Foi extraordinário, se considerarmos os problemas da aviação.
E o setor aéreo foi o que mais cresceu. O desembarque doméstico em abril chegou a 4,15 milhões, contra 4,11 milhões no ano passado. No quadrimestre alcançou 16,4 milhões, um aumento de 9,1%.
DINHEIRO – Qual foi a receita cambial no período?
MARTA – US$ 1,33 bilhão, com expansão de 9,6% sobre o mesmo período de 2006. A corrente cambial turística, soma do gasto dos estrangeiros com o dos brasileiros no Exterior, foi de US$ 2,925 bilhões, alta de 18,9%.
DINHEIRO – O turismo interno é o principal responsável pela recuperação?
MARTA – Sem dúvida. Enquanto 5 milhões de brasileiros viajam para o Exterior, 51 milhões viajam dentro do Brasil. E os que viajam para fora fazem pelo menos duas viagens dentro do País. Nossos hotéis recebem 3 milhões de estrangeiros ao ano, mas a grande receita vem dos 40 milhões de turistas brasileiros.
DINHEIRO – Qual o impacto em faturamento?
MARTA – Pesquisamos 503 empresas, que faturam R$ 16 bilhões por ano e o faturamento do setor cresceu 9,6%.
DINHEIRO – E o emprego?
MARTA – O maior salto foi no setor aéreo, onde 97% das em empresas contrataram. Nas agências de turismo, 5%. Em média, 51% das empresas empregaram mais.
DINHEIRO – Qual a expectativa do setor?
MARTA – O transporte aéreo se destaca de novo: 99% das empresas estão em processo de expansão. No consolidado, 77% das empresas do setor, o que inclui agências hotéis e restaurantes, informam que estão em crescimento.
DINHEIRO – As agências reclamam do câmbio?
MARTA – Temem prejuízos. Mas os dados ainda são de crescimento. As agências e as empresas aéreas compensam com as viagens para o Exterior, mas os hotéis perdem. Por isso, vou propor ao ministro Mantega a desoneração dos bens de capital dos hotéis.
DINHEIRO – Quais são os principais pontos do Plano Nacional de Turismo?
MARTA – No Exterior, vamos focar na Argentina, nos Estados Unidos, na Alemanha e na Inglaterra. O plano é feito a partir do imaginário sobre o Brasil que existe nesses países. Recebemos 220 operadoras de 32 países, que percorreram o País para oferecer pacotes através do conhecimento local.
DINHEIRO – E em relação ao turismo interno?
MARTA – Existe uma massa de pessoas que, graças à estabilidade da economia, pode consumir turismo pela primeira vez. Temos de fazer algo para entrar nessa faixa de consumo. Atingir pessoas. De repente, poderão fazê-lo com pacote de R$ 40 ao mês, em dez meses.
DINHEIRO – Quando vai começar?
MARTA – Vamos começar com aposentados de São Paulo e Brasília. Conseguimos juros de 1% com a Caixa e o Banco do Brasil. E o destino preferencial dos pacotes será o Norte/Nordeste. Haverá mídia forte em agosto.
” Existe uma massa de pessoas que pode consumir turismo pela
primeira vez. Temos de fazer algo para entrar nessa faixa de consumo”