24/07/2025 - 16:23
Das 27 unidades da federação, 13 estados brasileiros têm os Estados Unidos como maior ou segundo maior destino das suas exportações e serão diretamente afetados pela aplicação da tarifa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, com destaque para o Ceará, que tem 45% de vendas externas dirigidas aos EUA.
Segundo dados compilados pela assessoria técnica do Senado, São Paulo é o Estado que exporta o maior valor bruto para os norte-americanos, com US$ 13,8 bilhões em 2024, o que representa mais de um terço de todas das exportações do país para os EUA.
Os EUA são o principal destino dos produtos paulistas, representando 18,2% das vendas externas do Estado, seguidos pela China, com 13,8%.
Na quarta-feira, o governador de SP, Tarcísio de Freitas, anunciou um crédito subsidiado de R$ 200 milhões para empresas paulistas afetadas pelas tarifas comerciais norte-americanas que devem entrar em vigor no começo de agosto.
Apesar do impacto significativo para São Paulo, outros Estados terão dificuldades maiores, em especial Ceará, Paraíba e Espírito Santo, que vendem uma parcela ainda maior de sua produção para os EUA.
No Ceará, a venda para os norte-americanos chega a 45% das exportações do Estado. Foram US$ 646 milhões em ferro, aço e derivados.
Em segundo, a Paraíba exporta US$ 59,7 milhões, concentrados em combustíveis, óleos minerais e açúcares, o que representa 34,7% das suas vendas externas
. Já o Espírito Santo tem uma pauta mais ampla, que passa por ferro, madeira, pedras e minérios, e suas exportações aos EUA chegam a 27,5% das vendas externas da unidade federativa.
Os técnicos do Senado apontaram, ainda, que em termos de volume de recursos, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais representam, juntos, cerca de 65% das receitas brasileiras de exportações para os Estados Unidos.
Em 2024, 12% das exportações brasileiras foram destinadas aos Estados Unidos, chegando a US$ 40,368 bilhões, e o Brasil teve um déficit comercial de US$ 283,8 milhões, se contados apenas os produtos. Se incluídos serviços, esse déficit chega a US$ 7 bilhões, de acordo com os números usados pelo próprio governo norte-americano e pelo governo brasileiro.
Uma comissão de senadores brasileiros embarcará neste final de semana para tentar abrir caminhos de negociação antes da imposição da tarifa de 50%, marcada para 1º de agosto.