O sonho de qualquer investidor é encontrar o melhor retorno com o menor risco. O de qualquer empresa é encontrar dinheiro farto, com baixo custo, para sustentar seus planos de expansão. De certa forma, segundo os gurus da economia, a bolsa de valores pode atender aos anseios das duas partes. É verdade que, nos últimos anos, o risco tem sido alto em decorrência da crise global, mas as possibilidades de ganho em ciclos de baixa são, em contrapartida, incalculáveis. Essa lógica do mercado de ações transformou a economia brasileira nos últimos 15 anos e mudou a forma de como as empresas enxergam a bolsa. A abertura de capital e a prática de comprar e vender ações deixaram de ser um fantasma tanto para os investidores quanto para as companhias.

 

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Prova disso é que, no momento em que a DINHEIRO surgiu no mercado editorial, há 15 anos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não passava de um gigante adormecido, em que poucos se arriscavam e um punhado de especuladores dava as cartas nos pregões. Os tempos mudaram. O País entrou na era das aberturas de capital – chamadas de IPOs, no jargão econômico – e desde então, ora mais, ora menos, buscam nas vendas de ações uma fonte quase inesgotável de recursos. Embora apenas 1% das empresas nacionais – de um total de 160 mil companhias – negocie suas ações na bolsa atualmente, elas respondem por cerca de 42% do PIB industrial brasileiro. Até o mês passado, o valor de mercado das quase 400 empresas com papéis negociadas na Bovespa atingiu nada menos que R$ 2,5 trilhões. “Se alguém me provar que existe investimento melhor do que a bolsa, transfiro todo meu dinheiro para a conta dele e me aposento”, disse o megainvestidor Warren Buffett, no auge da crise americana, em 2008.