02/04/2020 - 7:09
O Estado de São Paulo registrou até esta quarta-feira 164 mortes relacionadas ao novo coronavírus, um aumento de 21% no balanço diário. Foram confirmados mais 28 óbitos, com o maior crescimento em números absolutos em um período de 24 horas. Além disso, São Paulo tem 201 mortes em análise, que ainda aguardam resultado de testes para confirmação da doença.
O atraso na notificação foi confirmado pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann. O governo foi questionado sobre vítimas que estariam sendo registradas como casos suspeitos e se os números poderiam vir a aumentar com as confirmações. “Desse contingente, o que for positivo será acrescido ao balanço do número de óbitos. Uma parcela dos 201 vai dar positivo. São pessoas que não foram confirmadas na época do óbito”, disse.
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Em nota, o governo do Estado informou que esses registros deverão ter resultado divulgado nas próximas 24 horas, dado que o Estado está montando uma força-tarefa para a realização de testes. São Paulo tem 16 mil exames represados, segundo Germann.
Ainda segundo o governo paulista, unidades regionais do Instituto Adolfo Lutz estarão habilitadas a processar amostras, com capacidade de 500 exames por dia, podendo chegar até mil. Além disso, nesta semana o governo diz que receberá 20 mil kits de testes importados e 10 mil enviados pela Fiocruz, que serão distribuídos entre o Instituto Adolfo Lutz e outros laboratórios credenciados. A Secretaria Estadual da Saúde vai processar 720 amostras por dia no Centro Estadual de Análises Clínicas (Ceac) da Zona Norte, unidade que já é do governo.
O Estado continua como o mais afetado pelo novo coronavírus, concentrando 70% das mortes e 43,6% dos casos confirmados da doença no País. São 2.981 diagnósticos e 164 mortes dos 6.836 casos e 240 óbitos do Brasil. São Paulo teve ontem a confirmação do primeiro óbito em três cidades: São Sebastião, Suzano e Cotia. Assim, salta para 16 o número de municípios com relato de mortes, incluindo capital, Guarulhos, Osasco, Embu, Ribeirão Preto, Santo André, São Caetano, São Bernardo, Sorocaba, Taboão da Serra, Campinas, Caieiras e Vargem Grande Paulista.
No País
No Brasil, o número mostra 1.119 novas confirmações em relação à última atualização. As mortes pela doença chegam a 240 pessoas, com aumento de 39 óbitos em relação à ultima contagem. A taxa de mortalidade continua em 3,5%. Mas o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estima que o número de casos confirmados de covid-19 no País seja maior. De acordo com ele, com o aumento da realização de testes, a quantidade de pessoas contaminadas deve aumentar na próxima semana. “Não é hora de relaxar, não é hora de fraquejar, a hora é de redobrar o cuidado”, disse, em defesa da manutenção das medidas de isolamento social.
Se não fossem essas medidas, “a situação seria muito pior”. “Já estaríamos em espiral de casos se não estivéssemos em isolamento. Lembrando, o Brasil não fez lockdown (fechamento total, com veto total à circulação e controle policial), o que fez foi diminuição da circulação. Agora precisa redobrar o esforço, se não vamos ter problema de EPI (falta de equipamentos de proteção individual).” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.