Tivemos um ano repleto de quebra de expectativas no ano passado. Vimos startups realizando demissões, big techs fazendo grandes ajustes, perdemos o vislumbre do metaverso e vimos que talvez os óculos de realidade virtual podem não ser tudo o que esperávamos. Começando um novo ano, uma nova promessa no mundo tecnologia pode tomar os palcos, os óculos de realidade aumentada (AR) que, diferentemente dos de realidade virtual, trazem recursos que de fato tem um potencial de aderência ao público geral.

Com uma proposta distinta dos óculos de realidade virtual (VR), os de realidade aumentada buscam, como o nome diz, trazer funções que aumentam a realidade, que adicionam funções úteis ao seu dia a dia. Aplicações de localização, navegação, tradução simultânea, entre outras diversas possibilidades podem ser adicionadas ao gadget, que funciona como em conjunto aos nossos smartphones e assistentes virtuais.

+ CES 2023 promete novidades em realidade virtual e veículos voadores

Outra diferença para o VR é que a utilização dos óculos de realidade aumentada não fazem com que o usuário fique com a visão obstruída e permite utilizar as aplicações durante seu cotidiano, como uma extensão do corpo humano. Seria como algo que vemos num filme de ficção científica como o Homem de Ferro, Ela ou Blade Runner, nos quais a tecnologia são como upgrades para o corpo humano.

É claro que toda ferramenta tecnológica vem com seus problemas e como o AR é algo muito novo que ainda não teve aderência, é difícil dizer quais serão as implicações para a sociedade. No entanto, é fácil imaginar acidentes como pessoas utilizando-os em carros, em grandes multidões, gravações indesejadas não autorizadas por terceiros e até problemas nos serviços básicos do dispositivo, nos sistemas de navegação, tradução simultânea e demais possíveis.

Empresas como TCL, Meta e as restantes que escolherem seguir com projetos dessa categoria deverão ser cautelosas no lançamento desses produtos e evitar a famosa inovação antes da regulação, muito comum no mercado tech. Assim como as associações regulamentadoras e governantes também deverão dedicar tempo para identificar possíveis implicações na sociedade e adiantar regulamentações necessárias. O que cabe a nós consumidores e observadores do mundo tech é testemunhar a novidade de perto sem muita aclamação, para evitarmos mais uma promessa de metaverso que pode não se tornar realidade tão cedo.