20/12/2022 - 13:26
A gigante industrial americana 3M anunciou, nesta terça-feira (20), que irá eliminar gradualmente a produção dos chamados “químicos eternos” PFAS, usados em produtos do dia a dia, diante do endurecimento da regulamentação devido aos seus efeitos nocivos à saúde.
A 3M irá encerrar a fabricação das substâncias perfluoroalquil e polifluoroalquil (PFAS, sigla em inglês) até o fim de 2025 e interromper o seu uso em todo o portfólio de produtos no mesmo período, informou a multinacional, que tem sede em St. Paul, Minnesota.
Conhecidos pelo longo tempo que levam para se decompor, e usados em embalagens de alimentos, utensílios de cozinha, revestimentos e aparelhos eletrônicos, os PFASs são fabricados desde a década de 1940. Estudos apontaram a sua presença no solo e na água, assim como nos seres humanos, peixes e outros animais.
Os pesquisadores destacam a ligação entre o acúmulo de PFAS no corpo humano e a diminuição da resposta à vacinação, casos de câncer, diabetes ou obesidade, ou até mesmo a uma alteração no funcionamento do fígado.
“Embora os PFAS possam ser fabricados e utilizados com segurança, estamos aproveitando a ocasião para tomar a iniciativa diante de um cenário econômico e regulatório que muda rapidamente”, disse o diretor-executivo da 3M, Mike Roman.
Nos últimos anos, a 3M chegou a vários acordos para resolver processos judiciais relacionados aos efeitos dos PFAS.
Em julho, na Bélgica, acordou com autoridades flamengas o pagamento de 571 milhões de euros por “medidas corretivas” para limpar o solo e controlar possíveis dispersões de PFAS no ar a partir de sua fábrica em Zwijndrecht, perto da Antuérpia. Em outubro de 2021, concordou em pagar US$ 99 milhões a comunidades próximas à sua fábrica em Decatur, Alabama.
As receitas da 3M relacionadas aos PFAS chegam a US$ 1,3 bilhão anuais. O grupo espera custos excepcionais de US$ 1,3 a US$ 2,3 bilhões para implementar as medidas anunciadas, o que reduzirá seus resultados na mesma proporção até o fim de 2025.
Para este quarto trimestre, o grupo prevê custos entre 700 milhões e 1 bilhão de dólares devido, principalmente, à deterioração de certos ativos relacionados aos PFAS.