30/07/2008 - 7:00
DEGUSTAR 48 SAFRAS DO Vega Sicilia Unico, o mais famoso vinho espanhol. Foi este convite que trouxe Pablo Alvarez, o dono da vinícola que elabora este tinto potente e cheio de qualidades, pela segunda vez ao Brasil em meados de julho. Na prova, realizada num final de semana no Rio de Janeiro, safras antigas, como 1917, 1920 e 1921, e outras mais recentes, como 1994, que recebe muitos elogios da crítica especializada. “Nunca havia provado vários destes vinhos. O de 1917, por exemplo, surpreendeu por estar tão vivo. É um tinto de mais de 90 anos!”, diz Alvarez.
A própria vinícola tem procurado no mercado as safras mais antigas deste que é considerado o ícone da região de Ribera del Duero. A meta da família Alvarez, dona do gigante grupo Eulen e que comprou a vinícola em 1982, é ter em suas adegas todas as safras do Unico, deste a primeira em 1915. “E ainda faltam alguns anos”, diz Alvarez, sem revelar quais. Atualmente um corte entre as uvas Tinto Fino (um clone da Tempranillo) e Cabernet Sauvignon, o Unico não é elaborado em todas as safras, apenas nas especiais, e envelhece vários anos em barris de carvalho antes de chegar ao mercado – hoje é vendida, pela Mistral, a safra de 1998.
Além da degustação histórica, o Brasil foi a parada de Alvarez, e sua comitiva de cinco profissionais da vinícola, para uma visita pela Argentina e pelo Chile. “Mas não estamos pensando em ter uma bodega nestes países”, ele logo avisa. Hoje, além do Vega, Alvarez é dono das vinícolas espanholas Alión e Pintia e da húngara Oremos. A idéia do tour é se atualizar sobre os vinhos ao redor do mundo. Esta é a terceira viagem do grupo. Há dois anos, eles passaram duas semanas na Borgonha. Aqui, a viagem tinha também o objetivo de aprender mais sobre o envelhecimento dos brancos – Alvarez decide em 2009 se lançará o Vega Sicilia branco, um vinho premium inspirado nos grandes Chardonnays da Borgonha. No ano passado, a equipe ficou três semanas entre a Austrália e os Estados Unidos. Para 2009, o destino será a Alemanha. “Não é só porque temos um vinho ícone que devemos parar no tempo”, diz Alvarez.