30/12/2020 - 0:26
Ao longo dos anos, a indústria dos smartphones se dividiu entre iPhone e Android. Ou seja, é uma “guerra” tecnológica entre a Apple e todas as fabricantes que procuram introduzir tendências no mercado suportado pelo sistema operativo da Google. De um lado e do outro vemos novidades revigorantes, sistemas e tecnologias reclamadas pela primeira vez por determinada fabricante, que pode ser depois refinada por outra.
E tudo isso gera uma “bola de neve” tecnológica que permitiu aos smartphones tornarem-se cada vez mais poderosos e dinâmicos, autênticos computadores de bolso nos dias de hoje, com todas as funcionalidades e mordomias para os utilizadores. além disso, há um refinar de design que tornam os pequenos equipamentos em autênticas obras de arte.
+ Apple perde ação por direitos autorais contra startup de segurança digital
+ Vida útil de um iPhone é o dobro das concorrentes, diz a Apple
Mas existem tendências adotadas pelo Android que foram “copiadas” do iPhone. Mais interessante ainda é que certas tecnologias, que surgiram primeiro em ambiente Android, só se tornaram mainstream depois da Apple adotar para os seus equipamentos. Algo tão simples como retirar o carregador da caixa do smartphone, que foi “gozado” pelas rivais Android, mas que rapidamente voltaram atrás nas palavras, e adotaram a mesma medida.
1 – Fim do plug para fones de ouvido
Muitos usuários ainda contestam a decisão da Apple ter abolido o plug que servia para ligar os fones de ouvido através de fio. Numa época cada vez mais wireless, a comunicação via Bluetooth é uma alternativa mais cômoda. No entanto, muitos usuários ainda não têm fones sem fios e a ausência do pequeno orifício retira o acesso a uma universalidade de equipamentos de som.
No entanto, desde que a Apple retirou o sistema do iPhone 7 em 2016, muitas fabricantes de Android foram atrás.
2 – Telas com notch para ocultar câmeras de selfie
A próxima geração de smartphones terá um sistema para esconder a câmera sob a tela. E esta tem sido uma guerra das fabricantes em oferecer a maior área possível de tela, reduzindo o sensor da câmara selfie ao máximo. E tudo começou com a Apple quando introduziu a pequena moldura conhecida como notch, uma área da tela reservada à câmera, sensor de infravermelhos, a luz flood illuminator e tudo o que fosse necessário.
O design foi rapidamente replicado por praticamente todas as fabricantes de smartphones Android, que foram reduzindo o espaço, criando novos conceitos como a “gota de água” ou o orifício no ecrã conhecido como Punch Hole. Mas no que diz respeito ao notch, sem dúvida que a Apple ditou o design em 2017, e todos foram atrás.
3 – TouchID – Sensor de impressões digitais
O sistema TouchID foi introduzido pela Apple em 2013 no iPhone 5S e consiste num sensor biométrico de impressões digitais. Muitos consideram esta tecnologia como uma das mais revolucionárias da última década. Aquilo que começou como uma “simples” autenticação para desbloquear o smartphone, foi evoluindo para se tornar a forma mais popular dos utilizadores se identificarem para fazer pagamentos, acessar as contas bancárias, ou qualquer serviço que necessite da “assinatura” digital das pessoas.
4 – FaceID – Autenticação Facial
A tecnologia de reconhecimento facial gerou uma espécie de corrida entre as diversas fabricantes para introduzir os primeiros equipamentos a utilizar a câmara fotográfica para desbloquear o smartphone. E neste caso nem foi a Apple a inovar, porque muitos equipamentos em 2017 começaram a oferecer essa possibilidade, incluindo o Samsung Galaxy S8. Obviamente que foi necessário a Apple intervir para introduzir o sistema FaceID no iPhone X para agitar as águas na indústria.
A tecnologia da Apple “ensinou” as rivais Android que não bastava ter a câmera apontada à cara para fazer o reconhecimento. O sistema nem sempre funcionava em locais menos iluminados e era muitas vezes tendencioso no reconhecimento de alguns utilizadores. Já a tecnologia da Apple não só utilizava a câmera para o reconhecimento, como a conjugava com o flood illuminator e o sensor de infravermelhos para obter maior precisão na autenticação. Com esta combinação, o sistema era capaz de desbloquear o smartphone mesmo em locais menos iluminados, sem a necessidade de disparar um flash na cara das pessoas.
5 – Remoção do carregador na caixa
Não é bem uma tendência tecnológica, mas note-se a influência da Apple no mercado dos smartphones Android. Quando recentemente a empresa da maçã lançou o iPhone 12 sem carregador de bateria na caixa, rapidamente surgiram memes na internet feitos por outras fabricantes de Android. Concorrentes diretas como a Samsung, OnePlus e Xiaomi promoveram os seus mais recentes smartphones destacando a inclusão de carregadores.
A Apple decidiu excluir da caixa o carregador e os auriculares, destacando uma mensagem ecológica sobre o lixo tecnológico gerado por estes acessórios. Por outras palavras, os usuários que realmente necessitarem de um carregador deverão comprar a parte ou reaproveitarem o acessório de outro equipamento compatível.
Ironicamente, foi essa a mensagem deixada pela Xiaomi, a das razões ambientais, para que o seu novo modelo Mi 11 fosse vendido sem carregador. Isso confirmou-se com a revelação recente de que o smartphone, que chega às lojas chinesas no dia 1 de janeiro de 2021, vai ser lançado em duas variantes: a versão OEM que é apenas o smartphone, com um bundle composto com o carregador à parte. Ambos custam o mesmo preço, passando assim para o consumidor a responsabilidade ambiental, se este precisa ou não do acessório.
A Samsung vai passar a vender os seus novos smartphones sem carregador na caixa, tanto que apagou todos os seus memes.
6 – Funcionalidades de iOS em Android
Costuma-se dizer que as boas ideias são sempre copiadas e obviamente que se ao nível de hardware a Apple influenciou as restantes fabricantes nos seus equipamentos; também a Google se manteve atenta ao desenvolvimento e evolução do sistema operativo iOS, “pedindo emprestado”, sempre que possível, algumas das suas melhores funcionalidades. Veja por exemplo, quando a Google Wallet deu origem ao sistema Android Pay. Não se tratou apenas de uma mudança de nome, mas conceitos inspirados diretamente do Apple Pay, nomeadamente a diminuição de passos necessários para fazer o pagamento, os sistemas de autenticação dos utilizadores, etc.
Também a forma intuitiva como escrevemos e editamos texto nos smartphones Android tirou notas do iOS. As ferramentas que aparecem logo em cima do texto selecionado, que permite copiar ou cortar, por exemplo, antes do Android 6.0 as opções apareciam no topo da tela.
E pode parecer algo banal atualmente, mas a forma como as notificações agora pedem, individualmente, autorizações de acesso ao sistema, dando mais controle aos usuários, foi algo que no iOS já se praticava há algum tempo. Antes, no sistema Android, os usuários definiam essas questões no Sistema Operacional, mesmo antes de instalarem as aplicações.
7 – A Siri é a irmã mais velha da família de assistentes virtuais
Os assistentes virtuais são anteriores aos próprios smartphones, ainda se lembra do Clippy da Microsoft para o Office? Mas a Apple introduziu a Siri, o assistente virtual por voz, tal como conhecemos atualmente, em abril de 2011, e desde então muitos outros sistemas foram adotados. O Google Now surgiu em julho de 2012, mas só em maio de 2016 foi reformulado para o Google Assistant. A Microsoft apresentou a Cortana em abril de 2012, inspirado na IA da saga Halo. A Alexa da Amazon chegou em novembro de 2014 e o Bixby da Samsung em março de 2017.