30/12/2024 - 11:55
O número de empresas brasileiras inadimplentes atingiu 7 milhões em outubro, novo recorde da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian.
Esse número representa 32,3% das companhias existentes no Brasil. O valor das dívidas, quando somadas, bateu a marca inédita de R$ 156,1 bilhões. Em média, cada CNPJ teve cerca de 7,4 contas negativadas no mês.
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Das 7 milhões de companhias negativadas em outubro, 6,5 milhões eram de micro e pequenas porte. Juntas, essas empresas somaram 46,5 milhões de dívidas, cujo valor total foi de R$ 134,1 bilhões.
O que explica a alta
O aumento da inadimplência ocorre em meio a alta das taxas de juros.
“Quando os juros sobem, o custo do crédito para as empresas também aumenta, tornando mais caro e difícil para elas obterem financiamento. Isso afeta diretamente a capacidade das companhias de gerenciar seu fluxo de caixa e cumprir suas obrigações financeiras”, diz o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Ele destaca ainda que a elevação dos juros pode reduzir a demanda por produtos e serviços, uma vez que consumidores e outras empresas também enfrentam custos de crédito mais altos, resultando em menor receita para as empresas. “Esse cenário cria um ciclo vicioso, onde a dificuldade de acesso a crédito e a redução de receitas levam a um aumento na inadimplência, impactando negativamente a saúde financeira das companhias”, afirma o economista.
Setor de Serviços lidera inadimplência
O setor de “Serviços” representou a maior parte das empresas com compromissos negativados (56,2%). Em sequência estava o “Comércio” (35,4%), seguido pelas “Indústrias” (7,3%), “Primário” (0,8%) e a categoria “Outros” (0,3%), que engloba o segmento Financeiro e o Terceiro Setor. Em relação ao setor das dívidas, a categoria “Serviços” representou a maior parte delas (31,0%) seguida por “Bancos e Cartões” (21,1%).
O Maranhão registrou a maior taxa de inadimplência das empresas do país, com 43% das companhias do estado com o CNPJ no vermelho. Em seguida, Alagoas (42,3%) e Amapá (40,8%) também se destacaram entre os estados com mais empresas enfrentando pendências financeiras.