19/07/2018 - 18:35
Depois de um dia inteiro operando em terreno negativo, o Índice Bovespa passou a subir nos minutos finais do pregão, em uma reação imediata à notícia do Broadcast sobre o apoio do PP à pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB). A sinalização de que o ex-governador de São Paulo poderá ter o apoio dos partidos do chamado ‘Centrão’ – do qual o PP faz parte – embalou os negócios e anulou boa parte da realização de lucros que marcou a sessão de negócios desta quinta-feira, 19. Após ter caído até 1,90% mais cedo, o Ibovespa fechou em alta de 0,16%, aos 77.486,84 pontos, na máxima do dia. Os negócios somaram R$ 10 bilhões.
“Sem dúvida a notícia sobre o apoio a Alckmin foi o que alimentou a reação do mercado no final dos negócios. É um fator que aponta para a possibilidade de um consenso do Centrão em torno do nome dele, mas ao mesmo tempo ainda é cedo para dizer que o ex-governador será o escolhido pelo bloco”, disse Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da H.Commcor, para quem a notícia pode ter efeito pontual nos negócios, dado que há muitas questões a serem definidas daqui em diante.
Segundo fontes, o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, telefonou hoje a dirigentes estaduais do partido comunicando que a sigla vai apoiar Alckmin (PSDB). Segundo dois presidentes estaduais do PP ouvidos pelo Broadcast Político, o anúncio oficial será no próximo dia 26 e deve acontecer com outros partidos do centro: DEM, PR, Solidariedade e PRB.
A virada do Ibovespa foi conduzida principalmente pelas ações do setor financeiro, bloco de maior peso na composição do índice. Em geral, esses são os primeiros papéis a refletir melhora ou piora da percepção de risco dos investidores, ao lado das ações de empresas estatais. Itaú Unibanco PN teve alta de 1,44% e Bradesco PN subiu 1,26%.
Mas a melhora não foi suficiente para inverter as fortes quedas das ações de mineração e siderurgia. As ações da Vale e da sua acionista Bradespar foram os grandes destaques de queda, com perdas de 3,93% e 3,91% – as maiores da carteira do Ibovespa. Os papéis foram vítimas das ameaças feitas ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas sobre as importações de automóveis europeus, o que derrubou ações de mineradoras e siderúrgicas pelo mundo.