24/07/2018 - 11:57
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, avaliou nesta terça-feira, 24, que a alta de apenas 2,01% na arrecadação de junho – ante junho de 2017 – foi impactada pela paralisação dos caminhoneiros. Em maio, as receitas haviam crescido 5,68% em relação ao mesmo mês do ano passado.
“A greve dos caminhoneiros afetou duramente a atividade industrial, e também houve impacto nas vendas de bens. Grande parte dos tributos recolhidos em junho tem seus fatos geradores em maio”, explicou. “A arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caiu 14,28% em junho”, completou.
Como a paralisação do setor de transporte de cargas afetou o faturamento das empresas, houve uma redução também no ritmo de alta da arrecadação por estimativa da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ).
“Ainda veremos parte dos efeitos da greve dos caminhoneiros na arrecadação de outros meses, mas é possível que parte desse impacto seja recuperada até o fim do ano, a depender do desempenho das empresas. Cada setor vai se recuperar em um ritmo diferente”, projetou.
De acordo com Malaquias, se fossem excluídos os fatores não recorrentes – como o Refis e o aumento do PIS/Cofins sobre os combustíveis – a arrecadação teria tido uma queda de 0,50% no mês passado em relação a junho de 2017.
Royalties
Malaquias disse que a alta na arrecadação de royalties da exploração do petróleo está diretamente vinculada à variação cambial.
“Com a alta do dólar e com o aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional, há também um crescimento significativo nas receitas de royalties neste ano, até mesmo porque a base de comparação do ano passado é muito baixa”, explicou.
As receitas administradas por outros órgãos – das quais os royalties de petróleo representam a maior parte – cresceram 36,26% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado.