A última mesa da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), neste domingo, 29, foi marcada por um pequeno ato em favor da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba desde 7 de abril.

O grupo de cerca de 20 pessoas puxou o coro “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” tão logo a mesa Livro de Cabeceira, na Praça da Matriz, se encerrou. Aos poucos, o público que assistia ao painel no lado de fora do auditório se juntou aos militantes. O ato não durou mais do que cinco minutos, mas gerou desconforto em outro grupo ainda menor, que começou a gritar “Lula na cadeia”.

A artista plástica e publicitária Lulu Silva Telles era uma das que puxava o coro. Ela contou à reportagem que distribuiu ao longo dos últimos dias cerca de 1.500 máscaras nas ruas de Paraty e que foi alvo de hostilidade na Rua do Comércio na véspera.

“A gente começou a fazer várias ações na cidade desde a prisão do Lula. No começo, eu tinha medo de sair com esta camisa (vermelha, estampada em branco com o rosto do ex-presidente). Depois, fomos vendo o apoio crescer, juntamos um grupo, alugamos um espaço e deixamos pronto para a Flip”, afirmou, lamentando o fato de os bótons de apoio ao ex-presidente não terem chegado a tempo do festival.

De acordo com a artista plástica, as máscaras em apoio de Lula vieram no carro da socióloga Márcia Tiburi, pré-candidata do PT ao governo do Rio. Elas eram distribuídas também no “Comitê de Defesa da Democracia e da luta contra o golpe”, um cômodo de pouco mais de 20 metros quadrados localizado na Avenida Roberto Silveira.

Pelas ruas da cidade histórica do sul fluminense não era difícil ver pessoas com camisas de apoio ao ex-presidente, mas pedidos de “Fora Temer” e da prisão dos responsáveis pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) se misturavam a esta atmosfera.