29/07/2018 - 19:09
O economista José Márcio Camargo, coordenador do programa econômico do pré-candidato à Presidência da República pelo MDB, Henrique Meirelles, afirmou nesta domingo, 29, ao ser questionado sobre a fusão da Embraer com a norte-americana Boeing que a empresa brasileira não conseguiria sozinha competir no longo prazo no mercado internacional. “Se esse acordo não for fechado, em 10 ou 15 anos a Embraer não vai conseguir sobreviver. É tão simples quanto isso.”
“A Embraer sozinha é inviável no longo prazo”, afirmou o economista. A única rival da companhia era a canadense Bombardier, que era praticamente do mesmo tamanho que a brasileira. Camargo ressaltou que há cerca de um ano, esta companhia foi vendida para a fabricante de aviões Airbus. Ou seja, a companhia brasileira teria hoje que competir com uma empresa muito maior. “A Bombardier tem hoje uma capacidade de investimento muito maior que a Embraer. Se a Embraer ficar quieta aqui no Brasil, daqui a dez anos ela vai deixar de existir porque ela não vai conseguir com a Bombardier.”
“Esse acordo é fundamental para a sobrevivência da Embraer, porque seu competidor já foi vendido para outra empresa de aviação”. Camargo participou de sabatina neste domingo no evento “Conhecer – Eleições Presidenciais” na Casa de Portugal em São Paulo. Mais cedo, no mesmo evento, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, coordenador do programa de governo do Partido dos Trabalhadores (PT) criticou o acordo da Embraer e disse que não alienaria as ações da empresa, pois ela é estratégica para o Brasil. O candidato pelo PDT, que também participa do evento, também já criticou publicamente a operação.