01/08/2018 - 12:48
A Polícia Federal afirma que o objetivo dos inquéritos abertos por causa de faixas instaladas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é responder às representações protocoladas na instituição que solicitavam a apuração sobre supostos crimes contra honra de agentes públicos federais.
Foram abertos dois inquéritos que seguem o trâmite de todas notificações que chegam até a corporação. Segundo a PF, as investigações miram fatos e não pessoas.
As investigações foram abertas, uma em dezembro de 2017 e outra em março deste ano, após os nomes da delegada Erika Marena, da juíza Janaína Cassol e do procurador da República André Bertuol aparecerem em faixas que os atrelava a um suposto abuso de poder na condução da operação Ouvidos Moucos, deflagrada em 14 de setembro de 2017.
A operação, que investigou desvios dentro da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ganhou projeção nacional pelo fato do reitor Luiz Carlos Cancellier cometer suicídio 18 dias após ser preso pela PF.
A investigação não apurava a participação de Cancellier nos crimes, mas, segundo a PF, sua atuação em atos de obstrução de Justiça. O processo sobre o caso ainda não foi encerrado.
Questionada pela reportagem, a PF negou que os inquéritos sobre as faixas tenham algum alvo específico. “Foram instaurados dois inquéritos policiais para apurar os fatos. Como em todos os inquéritos conduzidos pela PF, é pertinente esclarecer que são investigados fatos e não pessoas, sendo a política do órgão não comentar investigações ainda em andamento”, informou a corporação por meio de nota.
A reportagem apurou que o primeiro inquérito teve como objeto uma faixa que havia sido instalada em um muro da UFSC. Uma fonte com acesso a apuração disse que esse primeiro caso já foi concluído. O outro inquérito, por sua vez, teve início após outra faixa com o mesmo conteúdo sobre suposto abuso de poder de autoridades que participaram da Ouvidos Moucos ser utilizada em um evento na UFSC.
“A PF informa que recebeu representação encaminhada por servidores públicos federais, que se sentiram vítimas de possíveis crimes contra a honra diante da exposição de faixas com dizeres tidos como ofensivos nas dependências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)”, diz a nota.