03/09/2018 - 19:57
A Venezuela começou nesta segunda-feira a vender o certificado do “plano de poupança de ouro”, que faz parte de um muito questionado “plano de recuperação econômica” para pressionar a hiperinflação e reativar a economia da Venezuela. O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, e a primeira-dama, Cilia Flores, foram as primeiras pessoas da fila no Banco Central (BCV) no centro de Caracas.
Segundo o presidente, ele investiu 3.780 bolívares (US$ 61,87) por um lingote de 1,5 grama, enquanto Cilia Flores pagou 5.900 bolívares (US$ 96,57) por uma lâmina de 2,5 gramas de ouro que, segundo o plano, permanecerão nos cofres do BCV por um ano.
Esse plano, anunciado há uma semana, consiste em que os cidadãos possam comprar lâminas de ouro por meio do Banco Central e, segundo Maduro, economizar em meio à severa crise econômica que atinge o país. O presidente considera uma “oportunidade para a classe média desse país petroleiro para proteger seus recursos monetários”.
O preço vai variar de acordo com o peso de cada lâmina que irá desde 10 gramas, passando por 20, 30, 40 e 50 gramas até 1 quilo.
“Se eu tivesse um pouco mais de poupança em bolívares eu teria investido mais”, disse Maduro. “Cilia tinha um pouco mais do que eu, então ela comprou seu certificado para um
pouco mais de 2,5 gramas”, acrescentou.
Em um país onde a inflação de cinco dígitos praticamente destruiu as economias da população, ainda não está claro quantos venezuelanos aceitarão a oferta do governo.
Algumas horas após a saída de Maduro, o principal átrio do banco central – o único lugar
onde os certificados estão sendo vendidos por enquanto – estava vazio, com apenas um
punhado de possíveis compradores perguntando sobre a documentação necessária para
fazer a compra.
“Isso é uma piada. Como vou comprar ouro quando minha pensão não é suficiente nem para viver?”, disse o aposentador Juan Vera, de 71 anos. Fonte: Associated Press