11/09/2018 - 17:13
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) cancelou uma visita a Juiz de Fora inicialmente marcada para 6 de agosto, exatamente um mês antes do ataque a faca que sofreu em uma atividade de campanha na cidade, em 6 de setembro. O candidato cancelou a primeira viagem porque o presidente do partido no município, Aloísio Vasconcelos, desistiu de lançar sua própria candidatura a senador – o candidato a presidente fora convidado a participar do lançamento. Preso em flagrante após esfaquear o candidato, o auxiliar de pedreiro Adélio Bispo de Oliveira hospedou-se em uma pensão na cidade cerca de 20 dias antes do atentado contra o postulante do PSL.
Segundo Vasconcelos contou à reportagem, a atividade de agosto chegou a ser divulgada e contaria com um ato público com Bolsonaro na Praça da Estação, uma das principais da cidade, e um jantar com cerca de 500 líderes empresariais. Porém, como a família de Aloísio, também presidente da Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora, se opôs à sua candidatura, o evento foi cancelado.
“Ele fechou com a gente que viria prestigiar o lançamento da minha campanha, o que acabou não acontecendo, e o partido cancelou a vinda. Depois, achamos que ficaria chato ele desistir de vir a Juiz de Fora só por causa disso e resolvemos insistir com ele. Acabamos convencendo, e ele veio na semana passada. Pena que acabou tendo esse fim”, lamentou o empresário.
O presidente do PSL em Juiz de Fora, que acompanhou Bolsonaro em sua agenda pela cidade, disse que simpatizantes do candidato na cidade e em Minas Gerais estão “indignados” com o ocorrido.
“Realmente, eu não tenho palavras para o que aconteceu. Planejamos tudo para ser uma das maiores festas da cidade, íamos soltar fogos de artifício que não perderiam para a Praia de Copacabana quando ele chegasse na Praça da Estação, para fechar com chave de ouro. Nunca poderíamos imaginar isso. Chorei igual a uma criança”, disse.
A Polícia Federal ainda não sabe se Adélio foi de sua cidade, Montes Claros (a 677 km de distância de Juiz de Fora), até o local apenas para tentar matar o candidato. Segundo um dos donos da pensão, ele pagou R$ 400 adiantados por um mês de estadia.