27/09/2018 - 14:07
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse que a companhia deve avaliar as alternativas para avançar no processo de venda dos sete lotes com participações em Sociedades de Propósito Específico (SPEs) que não foram negociados em leilão realizado nesta quinta-feira, 27, na B3. Segundo ele, o interesse em vender os ativos permanece, como parte do processo de redução da alavancagem da companhia. Juntos esses lotes somam cerca R$ 1,8 bilhão. “Vamos conversar com os advogados para avaliar”, disse o executivo a jornalistas, após o encerramento do leilão.
O executivo atribuiu ao prazo curto entre a divulgação do edital e a realização do leilão a ausência de interessados para os lotes não comercializados.
Especialistas já haviam apontado que havia uma dificuldade de tempo para a avaliação mais aprofundada dos ativos, em especial para investidores que hoje não são parte das SPEs. De fato, a maior parte dos lotes vendidos foi arrematada por atuais sócios, que têm mais facilidade para precificar os ativos.
“Consideramos que foi um sucesso porque vendemos os ativos de geração e transmissão nos preços que foram colocados”, disse Ferreira Junior, referindo-se ao fato de que a maior parte dos lotes foi arrematada pelo valor mínimo.
Para o executivo, o desempenho mostra que a precificação foi bem feita, salientando que a avaliação foi feita por agente de mercado contratado e também pela Eletrobras. Especialistas que atuaram no processo disseram que alguns preços estavam elevados, mas Ferreira Junior argumentou que interessados em aquisições sempre criticam os valores dos ativos.
A venda dos demais ativos – cinco lotes de geração e dois de transmissão – poderia contribuir na redução do endividamento da empresa.
A companhia tem como meta encerrar 2018 com uma alavancagem inferior a 3 vezes dívida líquida/Ebitda, após ter encerrado junho com índice de 3,4 vezes. Ferreira Junior calculou que a arrecadação de cerca de R$ 1,3 bilhão com os 11 lotes vendidos permitirá que o índice alcance 3,1 vezes.