01/11/2018 - 8:42
A falha no lançamento do foguete Soyuz, há três semanas, foi causada por um sensor defeituoso que foi danificado durante a montagem do foguete na base de lançamento. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, dia 1º, por Oleg Skorobogatov, chefe de uma comissão russa que investiga o incidente.
No dia 11 de outubro, uma falha no motor obrigou a nave russa a regressar e fazer um pouso de emergência em Baikonur, no Casaquistão, de onde foi lançada. O astronauta russo Alexéi Ovchinin e o americano Nick Hague estavam a bordo e foram resgatados bem. O foguete tinha como destino a Estação Espacial Internacional (EEI).
O alto funcionário disse que o mau funcionamento do sensor foi a causa da falha, mas não explicou por que ele não funcionou. Skorobogatov disse, ainda, que mais dois foguetes Soyuz podem ter o mesmo defeito: um na base russa Baikonur e outro na base aeroespacial europeia de Kourou, na Guiana Francesa. O comissário informou que verificações adicionais estão sendo introduzidas no processo de montagem dos foguetes.
Os foguetes são fabricados na Rússia, mas a montagem final acontece na base de lançamento em Baikonur, alugada pelo país.
Falha no lançamento
O lançamento da nave espacial ocorreu em Baikonur, no Casaquistão, às 8h40 (horário local) do dia 11 de outubro. A previsão era de que ela desse quatro voltas ao redor do planeta para se acoplar, após seis horas, à Estação Espacial Internacional (EEI). Horas depois da chegada, os astronautas se juntariam a outros três que já estão na estação.
Pouco depois de decolar, no entanto, o propulsor começou a falhar. Segundo autoridades russas, a cápsula se separou do resto do foguete 123 segundos depois do lançamento e foi ejetada de maneira automática pelo sistema de segurança.
A nave Soyuz desceu para a Terra em uma trajetória balística e aterrissou próximo a Jezkazgan, no Casaquistão. Vídeo divulgado nesta quinta-feira pela agência espacial americana (Nasa) mostrou os dois astronautas sendo sacudidos durante o pouso. É possível, ainda, ouvir Ovchinin dizer: “Isso foi um voo rápido”.
Na ocasião, a Nasa anunciou que abriria uma investigação “exaustiva” para apurar os motivos do fracasso na decolagem. “A segurança da tripulação é a máxima prioridade”, disse a agência espacial americana em um comunicado. O governo da Rússia prometeu transparência na investigação. “Certamente, não vamos esconder os motivos”, disse Yuri Borisov, vice-primeiro-ministro russo. (Com agências internacionais)