23/11/2018 - 12:43
O programa de desinvestimento da BRF continua de acordo com o programado e “não há nenhum sinal amarelo”, comentou nesta sexta-feira, 23, o presidente da BRF, Pedro Parente, antes do início do Encontro de Analistas da Scot Consultoria, em São Paulo. “Até meados de dezembro devemos ter a conclusão deste processo”, continuou. “Temos a participação de várias empresas interessadas e essa fase final é muito intensa em discussões, há um bom nível de competição.”
Ele acrescentou que a empresa deve cumprir o programa de desinvestimento. “Estamos serenos em relação a isso.”
Na “fila” da venda de ativos estão unidades operacionais da BRF na Europa, na Argentina e na Tailândia.
Sobre as unidades do continente europeu, Parente lembrou que 12 plantas da BRF foram deslistadas (para exportar carne de frango). “Nossa avaliação é de que esse problema não será resolvido antes de dois anos, pois isso foi uma medida acima de tudo protecionista”, disse. “Concluímos então que podíamos juntar essa necessidade de reduzir a dívida da empresa com o fato de que essas operações ficariam sem gerar resultados por dois anos. Além disso, resolvemos vender junto com as operações da Tailândia, que por sua vez são muito ligadas às da Argentina.”
Quanto às declarações recentes do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de que pretendia mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém – o que provocou reação no mercado árabe, que é grande importador de proteína animal brasileira -, o presidente da BRF reconheceu que o mercado árabe “é muito importante, sem dúvida nenhuma”. “Mas já tenho visto informações mais recentes, na linha de que essa posição não está confirmada e, aparentemente, já afastada.” Ele afirmou, ainda, que “não faz sentido nenhum chegar a um ponto de atrito com a comunidade árabe, especialmente pelo fato de que temos relações comerciais tão importantes com aqueles países.”