Escolhido para comandar um verdadeiro latifúndio na Esplanada dos Ministérios a partir de 2019 e sem conhecimento do cotidiano da máquina administrativa federal, o futuro titular da Economia, Paulo Guedes, reforçou seu time com técnicos de carreira. De seis nomes anunciados no sábado, 8, quatro já atuam hoje em postos importantes do governo de Michel Temer. Os nomes foram antecipados pelo jornal O Estado de São Paulo.

Para o posto número dois da pasta, o de secretário executivo, Guedes escalou Marcelo Pacheco dos Guaranys, um técnico de carreira do Tesouro Nacional que já foi diretor-geral da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de 2011 a 2013 e atualmente é subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República.

Com formação nas áreas de Economia e Direito, Guaranys é hoje responsável pela análise de conteúdo de todas as propostas de políticas públicas que chegam ao Palácio do Planalto. Ele vinha também atuando nos trabalhos para o cumprimento, pelo Brasil, das condições necessárias para o País poder ingressar como membro da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ao que tudo indica, esse será um projeto importante também do futuro governo do Brasil.

Guaranys teve forte atuação nos entendimentos em torno do projeto da Lei Geral das Agências Reguladoras. A matéria já foi aprovada pelo Senado e atualmente está em análise na Câmara dos Deputados.

Indicações

Para comandar a Secretaria de Fazenda, Guedes escolheu Waldery Rodrigues Júnior, que há dois anos integra a assessoria especial do Ministério da Fazenda. Também tem longa experiência no setor público, tendo trabalhado no Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (Ipea) e no Senado Federal. Waldery terá como adjunto Esteves Colnago, funcionário de carreira do Banco Central, e que atualmente é ministro do Planejamento.

O atual secretário executivo do Planejamento, Gleisson Rubin, também funcionário de carreira do governo federal, será adjunto da nova Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital. O número um dessa secretaria será Paulo Uebel, que foi diretor executivo do Instituto Millenium, criado por Guedes.

Atuando desde o início na equipe de transição, o economista Carlos Costa foi confirmado como secretário-geral de Produtividade e Competitividade. Ele foi diretor de Planejamento, Crédito e Tecnologia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e diretor do Ibmec em São Paulo.

A formação da equipe de Guedes ainda não está completa. O jornal O Estado de São Paulo informou em sua edição de ontem que ele avalia a criação de uma Secretaria de Previdência, a ser entregue ao relator da reforma trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). A ideia continua em análise.