Depois de quase 12 meses de discussão, o encerramento da capitalização da Petrobras mostrou que o apetite dos investidores por petróleo permanece aguçado, capaz até de superar as incertezas que marcaram o processo. A estatal vendeu 4,5 bilhões de ações, entre ordinárias e preferenciais, em um aumento de capital de R$ 120 bilhões, o maior do mundo. Segundo o sistema de informações Bloomberg Data, a venda superou em 20% o valor somado de todos os lançamentos de ações realizados até agora em 2010, e representou o triplo da emissão do Banco Agrícola da China, que havia captado US$ 22,1 bilhões em julho, na maior capitalização até então.

 

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Milhares de investidores aplicaram na Petrobras para ganhar dinheiro com a exploração da camada pré-sal e, quem sabe, ser sócios da maior petrolífera do mundo no futuro. Segundo os especialistas, as possibilidades de valorização das ações a médio e longo prazo são grandes, apesar de alguns solavancos serem esperados no curto prazo. 

 

“As ações deverão oscilar bastante nos primeiros dias após a venda, pois os investidores de perfil mais especulativo vão querer embolsar os ganhos”, diz Fausto Gouveia, economista da Legan Asset Management. Na ponta do lápis, de acordo com o fechamento da quinta-feira 23, o lucro de cada ação ordinária foi de R$ 0,85 e o de cada ação preferencial foi de R$ 0,75. 

 

Alex Agostini, economista chefe da Austin Ratings, avalia que os papéis deverão manter uma trajetória contínua de valorização pelos próximos três anos, pelo menos. Segundo ele, a injeção de capital vai custear boa parte dos investimentos de US$ 224 bilhões previstos pela estatal. “A situação de caixa da empresa ficará muito melhor do que é hoje”, avalia.