A partir da quinta-feira da próxima semana, as startups do setor financeiro terão uma nova casa em São Paulo: o Distrito Fintech, centro de inovação 100% voltado ao segmento. Instalado em quatro andares de um edifício na zona oeste da cidade, o projeto almeja facilitar a troca de experiências entre startups de finanças e grandes corporações. Algumas companhias vão ajudar a manter o espaço, como a HDI Seguros e a consultoria KPMG.

Inicialmente, as startups interessadas em se instalar no Distrito Fintech deverão pagar entre R$ 700 e R$ 1,1 mil por posição de trabalho – valores semelhantes aos praticados por centros como o Cubo, do Itaú.

No futuro, a ideia é que empresas interessadas em participar do ecossistema mantenham o espaço, de forma que as startups não tenham custos. Para que isso aconteça, ao menos 14 corporações precisariam se associar ao Distrito Fintech, tornando-se mantenedoras do espaço. Hoje, oito dessas “cotas” já foram vendidas.

Ao contrário do que ocorrem em outros centros de inovação, não é necessário passar por uma seleção para entrar no Distrito Fintech. Pelo contrário: o hub convida empresas a se instalarem por lá. O preço da locação varia de acordo com o lugar escolhido. Há 17 salas exclusivas e também espaços abertos e compartilhados, normalmente usados por empresas com equipes menores, de até seis pessoas.

Dedicação

A iniciativa é liderada pela dupla Gustavo Gierun e Gustavo Araújo – o primeiro tem experiência no mercado financeiro, enquanto o segundo passou por empresas de tecnologia e foi um dos investidores-anjo do banco Neon, uma das principais fintechs do País.

Juntos, eles já inauguraram outros dois centros de caráter semelhante em São Paulo: um voltado para startups de marketing digital e outro para empresas novatas em varejo. “Optamos por um modelo segmentado por indústrias porque achamos que a troca de experiência fomenta o setor”, explica Gierun.

Segundo Mathias Fischer, diretor da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), existe valor na proposta do Distrito Fintech – a associação vai usar três estações de trabalho no local. “Será importante acompanhar isso de perto”, diz o executivo.

Para Felipe Matos, empreendedor e autor do livro 10 Mil Startups, o modelo tem vantagens e desvantagens. “Espaços setoriais têm discussões mais profundas, ajudando no desenvolvimento das empresas”, afirma. “Mas os outros centros, que contam com startups de diferentes setores, costumam ter visibilidade maior e mais exposição a recursos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.