22/02/2019 - 13:10
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta sexta-feira, 22, a reforma da Previdência proposta pelo governo Jair Bolsonaro como “o primeiro ataque robusto aos gastos públicos”, em discurso durante a cerimônia de posse da presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Susana Cordeiro Guerra, no Rio.
“A reforma da Previdência é o primeiro ataque robusto aos gastos públicos”, afirmou Guedes.
Em sua fala, o ministro voltou a citar argumentos sempre presentes em seus discursos, como a defesa de que a eleição de Bolsonaro significa que o Brasil é uma “democracia vibrante”, com “poderes independentes”, e a avaliação de que todos os governos após a redemocratização foram “sociais-democratas”, e que agora é hora de um governo liberal.
Ao citar a história da economia brasileira, Guedes classificou como “truncada” a transição de uma política econômica focada em investimentos em infraestrutura e indústria da base, durante os governos da ditadura militar, para uma política de aumento de gastos nas áreas sociais, como saúde e educação, a partir dos governos civis.
Segundo Guedes, essa transição deixou de lado o controle dos gastos públicos, levando a hiperinflação. Mesmo após a estabilização, o problema do aumento crescente dos gastos dos governos não foi atacado.
“Um programa virtuoso de estabilização leva um ano e meio. Levar dez anos é sinal de que não está atacando gastos fiscais”, afirmou Guedes, numa referência ao Plano Real.
O ministro chegou a dizer que “só agora começamos a atacar” os gastos públicos, embora tenha dito que queria “dar o crédito” a iniciativas anteriores, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, e o teto dos gastos públicos, criado no governo Michel Temer. “Tudo isso veio, mas não adianta botar teto se não tem paredes. Hoje o teto está solto”, afirmou Guedes.
O ministro alertou que o problema do gasto público excessivo ainda precisa ser atacado por causa do elevado endividamento público. Segundo Guedes, a dívida pública é composta por “ativos ruins”, com juros altos, e cresce como uma “bola de neve”.
“Aparentemente está tudo calmo porque a inflação está baixa, mas a dívida está chegando a R$ 4 trilhões”, afirmou o ministro.