18/08/2015 - 20:58
Os Estados Unidos criticaram nesta terça-feira o endurecimento da legislação anti-terrorista no Egito e se mostraram alarmados com a situação dos direitos humanos no país, governado por um regime considerado repressivo que recebe ajuda militar de Washington.
“Estamos preocupados porque algumas medidas da nova lei antiterrorista egípcia podem ter um efeito nefasto sobre os direitos humanos e as liberdades fundamentais”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby.
Kirby reafirmou que Washington se mantém ao lado do Cairo “no seu combate ao terrorismo”.
“Mas vencer o terrorismo requer uma estratégia completa de longo prazo com um clima de confiança entre as autoridades e a opinião pública, especialmente permitindo os que estão em desacordo com as políticas do governo a se expressar pacificamente”, explicou o porta-voz.
Em sua viagem ao Cairo no início de agosto, o secretário de Estado americano, John Kerry pediu ao regime do presidente Abdel Fatah al Sissi que encontre um “equilíbrio” entre a luta armada contra os jihadistas e a “proteção dos direitos humanos”.
O presidente Sissi, acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de dirigir um regime muito repressivo, reforçou seu arsenal antiterrorista com uma lei de exceção que, segundo os opositores, busca amordaçar seus rivais e a imprensa.
Este novo dispositivo foi anunciado em meio à multiplicação dos ataques contra o exército e a polícia cometidos principalmente pelo grupo jihadista Província do Sinai, braço egípcio da organização do Estado Islâmico (EI).
Desde a queda do regime de Hosni Mubarak em 2011, os Estados Unidos enfrentam o mesmo dilema no Egito: velar pela segurança e denunciar ao mesmo tempo os ataques às liberdades políticas.
Depois de meses de relações tumultuadas, Washington e Cairo conseguiram uma tímida reconciliação graças ao incremento da assistência militar americana em março, com 1,3 bilhão de dólares anuais destinados essencialmente à luta antiterrorista.