27/03/2019 - 13:23
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) criticou a condução política do governo Jair Bolsonaro (PSL) e disse que é “hora de virar a página” com relação às discussões sobre o golpe de 1964. Para a parlamentar, o momento pede que o governo abandone debates que não importam e se atenha aos desafios contemporâneos.
A deputada ainda disse que uma “mudança de mentalidade” se faz necessária para Bolsonaro e pediu que ele abandone a postura de “deputado temático” e a substitua pela de presidente da República.
Janaina publicou uma sequência de tuítes na qual reclamou da ênfase do presidente e de seus apoiadores na defesa do golpe de 1964, que instaurou no País um regime militar com a duração de 21 anos. “Dilma ficou parada em 64 e deu no que deu! Agora, ao que parece, Bolsonaro também não consegue sair de 64 e as coisas não caminham bem”. A deputada disse que não quer entrar na discussão entre diferentes convicções a respeito do fato histórico porque “isso não importa!”
“Apoiadores de Bolsonaro, acordem! Vocês estão querendo que o presidente paute suas ações no PT? O PT fez tudo errado, não vamos acertar só invertendo”, tuitou, alertando na sequência que “se o governo e seus apoiadores não saírem de 64, não pararem de se pautar pelo que fez, falou e fala o pessoal do PT, o país estará fadado ao fracasso”.
A deputada então analisou a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento ocorrida na Câmara na noite de terça-feira como uma “derrota perigosíssima” do governo. A PEC vinculou ainda mais o orçamento da União, ampliando o engessamento das contas federais de 93% para 97%. A proposta, que agora segue para o Senado, é vista como manifestação do descontentamento do Legislativo com a falta de negociação entre o governo e os partidos.
Janaina argumentou que suas reclamações são prova de sua fidelidade ao que disse Bolsonaro durante a campanha. “Meu compromisso é com o Brasil”, escreveu. Para a parlamentar, Bolsonaro “vai precisar mudar a mentalidade”, com a ressalva de que isso não incluiria “aceitar qualquer tipo de ilícito”.
“Não estou falando de abandono de convicções. Estou falando sobre a necessidade de entender que ser presidente é muito diferente de ser um deputado temático, com todo respeito aos parlamentares que se limitam a um único tema”, encerrou Janaina.