12/04/2019 - 11:44
A Disney anunciou nesta quinta-feira que lançará em novembro sua plataforma de vídeo online e lutará em um campo praticamente dominado pela Netflix, oferecendo seu rico catálogo a um preço mais baixo.
Levando em conta a notoriedade da casa do Mickey e seu catálogo, esta plataforma é esperada com ansiedade em um mercado de streaming que continua a crescer à medida que os consumidores mudam seus hábitos, em detrimento das ofertas tradicionais das televisões a cabo e por satélite.
O serviço Disney+ será lançado em 12 de novembro nos Estados Unidos por US$ 6,99 ao mês, um preço que “queríamos que fosse acessível para o maior número de consumidores possível”, comentou Bob Iger, diretor da World Disney Company ao apresentar esta nova oferta aos investidores.
Será lançado posteriormente em outras regiões do mundo, começando pela Europa Ocidental, de acordo com os executivos da gigante americana, que acaba de concluir a compra de grande parte da 21st Century Fox, aumentando ainda mais o seu catálogo.
“A plataforma Disney+ está sendo construída sobre essas bases, com um conteúdo e tecnologia que nenhuma outra empresa pode rivalizar”, disse Iger, que também prometeu mais de 25 séries e 10 filmes originais durante o primeiro ano.
O grupo irá propor especialmente uma série animada derivada de “Toy Story” e outro grande orçamento do universo “Star Wars” chamado “The Mandalorian”.
A plataforma irá propor o catálogo de produções da Disney, mas também da Pixar, os produtos Star Wars e Marvel e programas da National Geographic, bem como as 30 temporadas da série “Os Simpsons” (da Fox).
O filme “Capitã Marvel”, atualmente nos cinemas, estará disponível em exclusividade após o lançamento, após o qual seus assinantes podem acessar um total de 7.500 episódios de séries, 400 filmes do catálogo histórico e 100 filmes mais recentes.
– Pisando no acelerador –
Ao fixar seu preço em US$ 6,99, a Disney+ aposta alto, já que a assinatura básica da Netflix nos Estados Unidos é de US$ 8,99 por mês.
Além disso, com um catálogo tão grande, a Disney será menos forçada do que a Netflix a investir maciçamente em conteúdo original para atrair assinantes.
A companhia espera “de 60 a 90 milhões de assinantes no mundo até o final do ano fiscal de 2024”, dois terços deles nos Estados Unidos, segundo a diretora financeira Christine McCarthy, acrescentando que o grupo planeja investir cerca de 1 bilhão de dólares em conteúdos originais no primeiro ano.
O grupo que, por outro lado, não antecipa lucros para a Disney+ nos primeiros cinco anos, concluiu no final de março a aquisição dos estúdios Fox, fundados em 1935 em Los Angeles, e de outros ativos de Rupert Murdoch, como as redes de televisão FX e National Geographic.
O mercado de streaming, dominado pela Netflix e seus 140 milhões de assinantes, é hoje o passo inevitável dos grupos de mídia e tecnologia.
A Amazon também está presente com seu Prime Video, e a Apple acaba de anunciar sua própria plataforma, a Apple TV+, que será lançada este ano em uma data e a um preço ainda não conhecidos.
Espera-se que a WarnerMedia (antiga Time Warner), que foi comprada pela operadora de telecomunicações AT&T, também se lance esse ano na corrida, e que a NBCUniversal (grupo Comcast) o faça no próximo ano.
Uma das consequências dessa explosão do número de atores é a progressiva fragmentação das ofertas: a Disney já havia anunciado que retiraria gradualmente seu catálogo da Netflix.
Portanto, “acho que a Disney não será uma ameaça para a Netflix”, estima John Meyer, da empresa de investimentos Transpire Ventures, que acrescenta que “a Netflix sabe melhor do que ninguém o que os consumidores querem”.
Outra consequência: os consumidores podem se ver obrigados a assinar quatro ou cinco plataformas para aproveitar uma oferta diversificada.