A bancada mineira quer que os projetos relacionados ao rompimento da barragem da Vale em janeiro deste ano na cidade de Brumadinho (MG), que deixou centenas de mortos, sejam votados em no máximo duas semanas. “Queremos que esses projetos sejam votados nas próximas duas semanas para que Brumadinho não caia no esquecimento como Mariana. É uma questão de representação”, disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Segundo o deputado, havia uma tentativa de fazer com que alguns desses projetos avançassem ainda nesta quinta-feira, 6, no plenário da Câmara, o que não foi possível. “Tentamos começar a trabalhar hoje para já sentirmos as resistências, mas não foi votado nenhum”, disse. Segundo ele, apesar das matérias terem sido discutidas em comissão, deputados pediram mais tempo para poderem conhecer melhor os projetos.

Os projetos que a bancada mineira quer avançar tiveram a urgência aprovada na quarta-feira. São sete matérias e entre os temas estão o novo marco de mineração, regras mais duras para segurança nas barragens, criminalização de rompimento de barragens e regras de preservação do ecossistema marítimo.

No plenário da Casa nesta quinta, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), pediu mais tempo e se comprometeu a retomar a discussão das matérias na próxima semana. “Nós fizemos uma breve ponderação, para que, neste momento, com o plenário esvaziado desta maneira, numa quinta-feira, nós adiássemos essa votação somente para a semana que vem ou para a semana seguinte, a fim de que, no máximo, em duas semanas, nós votemos aqui e construamos uma legislação que vá ao encontro da necessidade do País”, disse Vitor Hugo.

Na quarta-feira, a Câmara aprovou uma medida provisória que libera o pagamento de auxílio emergencial às famílias que recebem benefícios sociais na cidade de Brumadinho (MG). Os deputados impuseram uma derrota ao governo, que havia proposto o pagamento de uma parcela única no valor de R$ 600. Os parlamentares aprovaram a emenda do deputado André Figueiredo (PDT-CE) que determina o pagamento de um salário mínimo durante doze meses aos beneficiários.

Corpo

Também na quarta-feira, mais de quatro meses depois do rompimento da barragem, os bombeiros encontraram mais um corpo de uma vítima do desastre. As buscas na região somam 131 dias e o levantamento mais recente da Defesa Civil aponta que, até o momento, foram identificados 245 mortos e outras 25 pessoas estão desaparecidas.