O recém-empossado ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Antonio de Oliveira Francisco, disse a jornalistas nesta segunda-feira, 24, que a ida da articulação política para a sua pasta não vai diminuir a força de outros ministérios, como por exemplo da Casa Civil, que até a semana passada era responsável por essa função.

“Não há aqui nenhuma diminuição de forças entre ministério, ao contrário, há o fortalecimento de pautas próprias que seja de articulação de coordenação ou de administração…. e articulação política todo mundo faz. Todos os ministérios fazem a articulação no sentido de receber demandas, de conversar, de dar seguimento a elas”, disse o ministro a jornalistas logo após tomar posse. Ele é o terceiro a comandar a pasta nos seis meses de governo.

Oliveira explicou que a mudança feita pelo presidente na última semana tem por objetivo “dar um contorno mais técnico” ao governo. “A secretaria de governo passa a ser o braço de articulação de governo, o olhar do governo para fora. A Casa Civil passa a concentrar toda a coordenação do governo, a relação dos ministérios, o estabelecimento das prioridades e a Secretaria-Geral passa a ser o órgão de gestão e administração e de, compliance, por isso a Subchefia de Assuntos Jurídicos se deslocou para a Secretaria-Geral”, disse.

Após experimentar derrotas em série no Congresso, Bolsonaro reconheceu na última sexta-feira que seu governo enfrenta problemas na articulação política. Ele atribuiu as dificuldades à “inexperiência” e admitiu que teve de adotar o modelo que era usado no Palácio do Planalto de Michel Temer. Por meio de uma medida provisória, o presidente tirou a articulação política da Casa Civil.

Missão

O novo ministro disse que a orientação que lhe foi dada por Bolsonaro é de desburocratizar a administração pública, usar os meios tecnológicos para ter mais acesso ao serviço da população. “Temos uma equipe bem formada que pode trazer ao presidente essa tranquilidade”, afirmou.

Oliveira disse ainda que sua responsabilidade é dobrada por trabalhar no governo e ser amigo de longa data do presidente. O ministro afirmou que buscará responder à altura e que “amanhã se o presidente precisar do cargo estarei à disposição” para deixá-lo. “Sempre o aconselho naquilo que realmente penso, nas minhas convicções, minhas análises jurídicas são sempre muito verdadeiras e elas se limitam ao assessoramento. A partir do momento que o presidente toma a decisão estou do lado dele. Se for legal, constitucional como sempre estarei do lado dele”.

Ao dar posse ao ministro, Bolsonaro disse ter “certeza absoluta” de que Oliveira “exercerá um trabalho excepcional” no governo e voltou a afirmar que sua função é a de prefeito da Presidência. “O Jorginho é excepcional, realmente este garoto aqui é um garoto de ouro. É um homem que entende muito de burocracia, é um homem do DF, um policial militar do Brasil, dado o que já representou enquanto muitos anos na ativa como assessor parlamentar”.