28/06/2019 - 11:04
Mais do que convencer o consumidor a gastar dinheiro, o desafio do comércio eletrônico é um só: entregar a compra no menor prazo e custo possível. Com o objetivo de resolver esse problema, a Sequoia, uma das maiores empresas de logística e armazenagem do varejo online do País, aumentou seu apetite e partiu para a aquisição de concorrentes regionais.
Controlada pelo fundo americano Warburg Pincus desde 2014, a companhia gastou R$ 100 milhões com compras este ano. Em janeiro, adquiriu a TexLog, líder de entregas no Rio de Janeiro. Esta semana, fechou a compra da líder de logística no segmento de e-commerce no Nordeste. O nome da empresa, porém, só será divulgado após a aprovação do negócio pelos órgãos de defesa da concorrência.
“Continuamos olhando o mercado em busca de novas oportunidades para reforçar a presença no last mile (termo em inglês para designar o trecho final da entrega)“, afirma Armando Marchesan Neto, presidente da Sequoia. Segundo ele, a empresa já armazenava e transportava encomendas do comércio online no Nordeste, mas com a aquisição, aumenta a capilaridade na região e chega até o Norte. A partir de agora, a companhia passa a ter presença em todo o País.
A Sequoia entrega 2 milhões de encomendas por mês, das quais 5% no mesmo dia. Entre seus 78 clientes estão marcas como Lojas Renner, C&A, Camicado, Luiza, Amazon, Natura e Nespresso, entre outros.
Com as aquisições, Marchesan diz que o faturamento da empresa deve crescer neste ano 80% e atingir R$ 800 milhões, depois de ter aumentado 20% em 2018. Para 2020, a expectativa é faturar mais R$ 1 bilhão, por conta dos novos clientes e contratos assinados.
Salto. O crescimento na casa de dois dígitos pode parecer estranho, enquanto a economia brasileira patina. Mas Marchesan explica que a companhia está “na cola” do comércio eletrônico. O varejo online no País representa menos de 5% das vendas totais do comércio, mas continua acelerando. O crescimento do setor, em 2018, foi de 15%, porcentual que deve se repetir este ano.
Cesar Meireles, diretor da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), que reúne 31 companhias do setor, diz que o trecho final da entrega é o maior desafio da área, especialmente pela falta de infraestrutura do País. “A última milha pode representar 60% do custo do frete”, diz.
Segundo ele, há um movimento de consolidação das companhias logísticas como um todo, não só no segmento de comércio eletrônico. Esse movimento deve continuar e ocorre para promover ganhos de escala e redução dos custos de operação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.