18/07/2019 - 23:42
Dois tripulantes morreram e outros três foram internados depois de inalarem gás tóxico no porão de um navio com bandeira das Ilhas Marshall, que navegava a cerca de 300 quilômetros da costa do Espírito Santo, nesta quinta-feira, 18. Os sobreviventes – dois ucranianos e um russo – foram socorridos por um helicóptero da Marinha do Brasil e levados para a Capitania dos Portos, em Vitória. Eles foram transferidos para hospitais da região e permaneciam internados no fim da tarde.
O navio mercante AP Dubrava havia partido de San Lorenzo, na Argentina, carregado com soja, e navegava com destino a Las Palmas, nas Ilhas Canárias, território da Espanha. O pedido de socorro foi emitido pelo comandante da embarcação, Juan Knego, e retransmitido à Marinha brasileira, após ser captado pela agência marítima Orion Rodos. O capitão informou que os homens tinham inalado gás no porão da embarcação. Ele foi orientado a se aproximar da costa para facilitar o socorro.
Ao abordar a embarcação, a equipe da Marinha constatou que dois tripulantes já estavam mortos. Os outros três, que passavam mal, foram removidos do navio e, após o desembarque na Capitania, dois deles foram levados para um hospital particular da Praia da Costa, em Vila Velha. O outro, um tripulante russo de 50 anos que aparentava desorientação e perda de consciência, foi encaminhado para a unidade Cariacica. Os exames descartaram traumatismo craniano.
Como o acidente aconteceu em alto-mar, em águas territoriais brasileiras, a Polícia Federal vai realizar a perícia no navio para determinar as causas do acidente. A suspeita é de que os tripulantes tenham sido envenenados pelo dióxido de carbono, gás usado no sistema de exaustão e limpeza do navio. Até o início da noite, a nacionalidade dos tripulantes mortos não tinha sido informada.
No fim da tarde, o comandante fez nova solicitação à Marinha solicitando atracação e estadia de três dias para as tratativas junto às autoridades. Às 18h15, o navio atracou no porto de Vitória para recomposição da tripulação, segundo nota divulgada pela Codesa, a autoridade portuária local. Durante os três dias, em que também será realizada a perícia pela PF, o navio permanecerá atracado no berço 101 do Cais Comercial de Vitória.
A empresa responsável pelo AP Dubrava, a croata Atlantska Plovidba, expediu dois comunicados ao mercado, na Bolsa de Valores da Croácia, informando sobre o acidente e as providências tomadas pelo comandante da embarcação.