O Facebook afirmou nesta semana que excluiu dezenas de perfis e páginas que anunciavam a venda da Libra, a criptomoeda encabeçada pela rede social e com previsão de lançamento para 2020. A proliferação de páginas fraudulentas dentro do seu próprio território deve abalar ainda mais a credibilidade das autoridades na modela digital.

Desde o seu anuncio, em maio, diversos políticos e entidades financeiras manifestaram desconfiança com o novo sistema, principalmente pelo histórico de falhas nas políticas de privacidade da rede social. Segundo o jornal Washington Post, muitos dos anúncios falsos usavam a imagem do Facebook e de Mark Zuckerberg para atrair as vítimas.

“Há uma ironia profunda com o Facebook sendo usado como a plataforma que pode minar a confiança na moeda que o próprio Facebook está tentando construir”, afirmou Eswar Prasad, professor de economia da Universidade de Cornell. “A única maneira de Libra funcionar bem como meio de troca é se todos puderem confiar nela. E essa é a grande questão agora: se haverá confiança suficiente no Facebook”.

Segundo a reportagem, também foram encontradas contas que anunciavam a compra e transações com Libra no Instagram, rede controlada pelo Facebook, e em vídeos no YouTube. O uso da Libra para atrair investidores para esquemas fraudulentos tende a aumentar nos próximos meses, estimam analistas, da mesma forma que criminosos usam o bitcoin para aplicar golpes.

“O Facebook remove anúncios e páginas que violam nossas políticas quando tomamos conhecimento deles, e estamos constantemente trabalhando para melhorar a detecção de fraudes em nossas plataformas”, disse a porta-voz da empresa Elka Looks em um comunicado.