01/08/2019 - 13:20
A matéria enviada anteriormente trazia um erro no título. O presidente Bolsonaro disse que a ideia do Mais Médicos era “formar núcleos de guerrilha no Brasil” – e não que os médicos cubanos eram usados para formar núcleos de guerrilha, como constava. Segue a matéria com o título correto.
Ao lançar o programa Médicos pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro usou parte do seu discurso para criticar o PT e o Mais Médicos, lançado no governo Dilma Rousseff. Ele não poupou nem mesmo os médicos cubanos que atuam ou atuaram no Brasil. “Se os cubanos fossem tão bons assim, teriam salvado a vida de (Hugo) Chávez, não deu certo”, discursou Bolsonaro nesta quinta-feira, dia 1º. Chávez morreu, em 2013, em decorrência de um câncer na região pélvica.
Na cerimônia, Bolsonaro disse que tentou “interferir” na aprovação do Mais Médicos, ainda como deputado federal. Ele contou que, na época, se aproximou dos “verdadeiros profissionais” da área da saúde, numa referência a representantes de conselhos de medicina brasileiros que estavam presentes. “Não tivemos sucesso (em rejeitar o Mais Médicos), o Parlamento era conduzido de outra forma. Hoje é completamente diferente”, afirmou Bolsonaro.
O presidente declarou que o PT usava o povo “para espoliá-lo, na base do terror, por um projeto de poder”. “A ideia (do Mais Médicos) era formar núcleos de guerrilha no Brasil”, disse.
Bolsonaro também voltou a fazer críticas sobre a suposta proibição de médicos cubanos trazerem suas famílias para o Brasil. Não existe, entretanto, qualquer proibição no programa para que esses profissionais tragam seus entes.
Em 2013, como deputado federal, Bolsonaro defendeu justamente a proibição da entrada no Brasil de familiares de médicos cubanos que ingressaram no programa Mais Médicos. “A verdade, aos poucos, vem vindo à tona: eles querem trazer 6 mil médicos cubanos. Prestem atenção. Está na medida provisória: cada médico cubano pode trazer todos os seus dependentes. E a gente sabe um pouquinho como funciona a ditadura castrista. Então, cada médico vai trazer 10, 20, 30 agentes para cá”, disse na época.
Nesta quinta-feira, no entanto, o discurso mudou. Ele afirmou que a suposta proibição de familiares dos cubanos era “uma questão humanitária que foi estuprada pelo PT”. “Por anos, mães e pais ficaram afastados dos seus maridos, esposas e dos seus filhos. Uma questão humanitária que foi estuprada pelo PT. Falo isso porque sou pai de cinco filhos”, disse. “O Brasil se prestou a alimentar uma ditadura (em Cuba), aproximadamente R$ 1,2 bilhão era destinado a Cuba, tirando dos profissionais que estavam aqui.”