A diretora executiva financeira e de Relações com o Mercado da Petrobras, Andrea Almeida, afirmou em vídeo que a desalavancagem da estatal continua a ser a prioridade da gestão, que registrou no segundo trimestre deste ano lucro recorde de R$ 18,8 bilhões, beneficiada pela venda da Transportadora Associada de Gás (TAG). Andrea ressaltou, no entanto, que o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia, que mede a geração de caixa, cresceu 20% em relação ao primeiro trimestre do ano.

“Contribuíram para esse resultado o aumento do preço do petróleo, a valorização do dólar, o aumento do volume de vendas de diesel e a melhora de margem com gasolina, nafta e gás natural”, avaliou a diretora nesta sexta-feira, 2.

Segundo ela, o bom desempenho do segundo trimestre mostra que a estratégia da companhia, de se desfazer de ativos para focar na produção do pré-sal, se mostrou acertada.

A produção da Petrobras cresceu 4% de abril a junho, puxada pela produção do pré-sal, que já corresponde a 54% da produção total da petroleira estatal. Segundo Andrea, o custo da extração foi de US$ 6 dólares por barril.

O vídeo foi divulgado ao mesmo tempo em que o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, iniciava a teleconferência dos resultados da empresa com o mercado financeiro.

Transformação digital

Castello Branco afirmou que a empresa vai apostar na transformação digital como mecanismo para melhorar a eficiência da companhia. “Estamos criando uma diretoria de transformação digital e esses assuntos serão aprofundados. Ao mesmo tempo que vamos fazer esforço para melhorar infraestrutura de tecnologia da informação, área que temos várias deficiências. Teremos transformação digital como mecanismo para melhorar eficiência”, disse.

Em balanço, na quinta-feira, a Petrobras informou a criação de uma diretoria de transformação digital, com foco na modernização da infraestrutura de tecnologia da informação, coordenação e o aprofundamento de iniciativas para o emprego intensivo de inteligência artificial.

TAG

Andrea Almeida ponderou que, por causa do atraso na venda da TAG, devido a judicializações, a empresa não teve tempo para fazer a recompra de dívidas. A executiva afirmou que os recursos foram recebidos no final de junho, mas que a empresa vai “seguir sua tendência de redução da dívida”. A TAG foi vendida por US$ 8,5 bilhões.

Na quinta, a empresa destacou que, em 30 de junho, a alavancagem, medida pelo índice dívida líquida/Ebitda ajustado foi de 2,69 vezes, considerando os efeitos do IFRS 16, ante 3,19 vezes em 31 de março de 2019. Segundo a empresa, a desalavancangem é prioridade e a meta é reduzir o índice para 1,5 vez em 2020, considerando os efeitos do IFRS 16.

A executiva destacou ainda o ajuste no capex (investimentos) da companhia que, segundo ela, agora conta também com uma análise probabilista para revisar os valores. A empresa revisou a projeção de capex para 2019 de US$ 16 bilhões para um intervalo entre US$ 10 a US$ 11 bilhões.