Nuon Chea, falecido neste domingo aos 93 anos, era o temido “Irmão Número 2”, o ideólogo da máquina de matar do Khmer Vermelho, que mergulhou o Camboja no terror entre 1975 y 1979.

Então o mão direita de Pol Pot (falecido en 1999), era umo dos principais dirigentes do Khmer Vermelho, cujo regime matou cerca de dois milhões de pessoas.

Em 2014, foi condenado à prisão perpétua por “crimes contra a humanidade”, ao lado de Khieu Samphan, chefe de Estado do “Kampuchea democrático”, nome oficial de Camboja entre 1975 e 1979. Suas penas foram confirmadas em apelação dois anos depois.

Além diso, ambos foram declarados culpados em 2018 de “genocídio” contra vietnamitas e membros da comunidade étnica Chams e outras minorias religiosas

Nuon Chea nunca admitiu sua responsabilidade nessas atrocidades.

Em 2013, numa declaração lida no tribunal, responsabilizou por esses crimes seus subordinados, a quem tratava por “traidores”.

“Nunca lhes dei ordens de maltratar, matar pessoas, privar de alimento ou cometer um genocídio”, afirmou.

Seu verdadeiro nome era Long Bunruot. Nuon Chea nasceu 1926 numa família de origem chinesa e khmer na província de Battambang, no noroeste do Camboja.

Estudou Direito na prestigiosa universidade de Thammasat em Bangcoc, entre 1941 e 1948, e trabalhou para o Ministério das Relações Exteriores da Tailândia e nesse país se filiou ao Partido Comunista.

De volta ao Camboja, participou da resistência contra o poder colonial francês. Em seguida ajudou a organizar, com Pol Pot (falecido em 1998), o futuro Partido Comunista do Kampuchea, conhecido com o nome de Khmer Vermelho um dia depois da independência, em 1954.

Após consolidar a estrutura do partido, fugiu para Phnom Penh em 1970, após o golpe o general pró-Estados Unidos Lon Nol.

Número dois da liderança militar do Khmer Vermelho de 1970 a 1975, ele também foi chefe do comissário político e responsável por perseguir os inimigos da revolução.