08/08/2019 - 19:25
Na disputa pelo comando da Procuradoria-Geral da República, o subprocurador-geral Paulo Gustavo Gonet Branco afirmou ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 8, que “nenhum candidato a procurador pode prometer que não vai apresentar alguma ação que desagrade ao governo, mas que não vai atrapalhar”. A afirmação é da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que acompanhou Gonet na conversa com o presidente. Bia Kicis e Gonet foram colegas na Universidade de Brasília (UnB).
Segundo a parlamentar, ela apresentou Gonet ao presidente como mais um “bom nome” e “uma excelente alternativa” na disputa. Bolsonaro tem conversado com outros candidatos e deve tomar uma decisão até a próxima segunda-feira, 12. “O bom é que presidente tem opções. Pior seria se não tivesse”, afirmou a deputada à reportagem.
Bia Kicis admitiu que a conversa com o subprocurador-geral Augusto Aras estão “mais adiantadas” porque ele esteve mais vezes com Bolsonaro. Também afirmou que o presidente disse hoje que “gostou” do procurador regional da República da 1.ª Região Lauro Cardoso, que tem formação militar e esteve ontem com ele no Palácio do Planalto. Ela não descartou, no entanto, que a atual procuradora-geral, Raquel Dodge, possa ser reconduzida ao cargo.
A deputada destacou que o presidente disse que está “olhando para frente e não para trás” ao avaliar os nomes dos candidatos ao posto. Em seguida, esclareceu que ele não está levando em conta declarações ou atos dos candidatos que ocorreram no passado, e sim como cada um se apresenta atualmente.
Sobre o fato de Gonet ter sido sócio do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bia Kicis avalia que os dois não possuem mais ligação. “Não tem nada a ver. Isso é ruído”, declarou. Ela também disse que Gonet tem apoio da ala mais conservadora dos procuradores, o que poderia ajudar a “pacificar” a carreira.
Assim como outros interlocutores, Bia considera que a escolha do novo procurador-geral será “a nomeação mais importante” do mandato de Bolsonaro. Ela defendeu que, independente de quem seja escolhido, o novo PGR “não pode trabalhar contra, nem atrapalhar” a atual gestão. “Tem que respeitar o governo e não pode ter ideologia”, destacou.