02/09/2019 - 12:33
Após 35 anos de serviço na Universidade de Brasília (UnB), Dalva Alcoforado, de 53 anos, deixou em julho a coordenadoria do cerimonial da universidade para se aposentar. Ela vinha pensando nessa possibilidade havia três anos, e a reforma da Previdência acabou sendo o empurrão que faltava.
Segundo ela, colegas que há cinco anos já podiam pedir o benefício, mas adiavam a decisão pela perda salarial e medo da ociosidade, agora correram para efetivar a papelada. “Fiquei impressionada com a lista de pessoas pedindo aposentadoria. Não sei o que eles (UnB) vão fazer”, disse. E, tanto no caso da ex-servidora quanto de grande parte de seus colegas, as discussões sobre a reforma previdenciária foram decisivas. “Sem dúvida influenciou”, disse.
Por outro lado, a auditora fiscal do trabalho Angela Férrer Mamede, de 52 anos, achou melhor continuar na ativa. Com 32 anos de serviço público e completando o tempo legal no próximo dia 9 de setembro, a auditora pensou em se aposentar e até juntou a documentação – tudo por medo de perder algum direito na reforma. Mas, após colocar tudo na ponta do lápis, achou que não compensava. “Vi que o texto da PEC (da reforma da Previdência) resguarda meus direitos. Então, preferi não me aposentar nesse momento.”
Em compensação, a servidora deu entrada no cálculo do tempo de serviço. Após completar os requisitos legais para se aposentar, caso permaneça em atividade, Angela recebe um abono de serviço nos vencimentos. Pesaram na decisão as perdas que teria com auxílios e o bônus mensal de produtividade da categoria, que podem chegar a R$ 6 mil mensais.
Seu caso não é o único na Superintendência Regional do Trabalho de Brasília, em que boa parte dos servidores trabalham em casa. “Tenho vários colegas com direito que não estão pensando, mesmo com a reforma. Pessoal não está falando em se aposentar.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.