02/09/2019 - 13:47
O velório do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman reuniu na manhã dessa segunda-feira, 2, lideranças políticas de diversos partidos na Assembleia Legislativa de São Paulo. A grande ausência foi o governador João Doria (PSDB), desafeto do tucano. Doria não veio mas decretou luto de três dias e ofereceu o Palácio dos Bandeirantes para a família velar o corpo. Os familiares, porém, optaram pela Assembleia.
Presente ao velório, ex-governador Geraldo Alckmin exaltou o papel de Goldman como referência para os tucanos: “Ele é uma bela luz para orientar os novos tempos do PSDB. Sempre foi muito coerente, com uma linha só: olhar para social, defesa da democracia”.
Depois de apoiar Paulo Skaf na disputa pelo governo paulista no ano passado, o ex-governador foi alvo de um pedido de expulsão do PSDB por parte do grupo do governador João Doria. “Goldman foi muito generoso comigo. No ano passado, quando fui candidato a governador, ele abertamente me apoiou apesar de estar no PSDB. Guardo com muito carinho essa atitude”, disse Skaf ao chegar ao velório.
O ex-presidente Fernando Henrique, por sua vez, lembrou que esteve ao lado de Goldman no período da democratização e classificou o ex-governador como um homem “correto e sério”.
O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy, do PT, contou que entrou no MDB nos fim dos 70 incentivado por Goldman. “Ele era uma voz progressista no PSDB”, afirmou o petista.
O ex-presidenciável Eduardo Jorge, da Rede, chamou Goldman de “porto seguro” no PSDB. “Essa polarização infernal que o Brasil copiou da Argentina está destruindo o PSDB. A perda de Goldman acelera mais esse processo. Goldman era um porto seguro de pessoas sensatas e fiéis ao ideário social-democrata do PSDB”.
A previsão é de que a cerimônia se encerre no começo da tarde, quando o corpo será transportado para o Cemitério Israelita do Butantã, na zona oeste paulistana, onde ocorrerá o enterro, às 15h. Goldman morreu no início da tarde de Domingo (dia 1º). Ele tinha 81 anos e estava internado desde 19 de agosto no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após passar mal e ser submetido a uma cirurgia no cérebro.