11/10/2019 - 11:05
Terno e vestido de noiva não são os trajes mais adequados para uma peregrinação de 180 quilômetros. Mas nem o desconforto da roupa e o calor de 30ºC foram capazes de impedir que Hélio Oliveira, de 49 anos, e Rosemary Netto, de 50, cumprissem uma promessa feita no ano passado. O casal, que está junto há 18 anos, comprometeu-se a oficializar a união no mesmo local em que foi feito o pedido, no quilômetro 108 da Rodovia Presidente Dutra, a caminho de Aparecida do Norte, no interior paulista.
Para a aventura, a noiva precisou de quatro vestidos de noiva – um para cada dia de peregrinação. Até uma semana antes da partida, ela tinha só um. “Confiei que Nossa Senhora Aparecida me daria os outros três. Sem eles, não daria para fazer a caminhada”, diz.
A santa atendeu ao pedido: poucos dias antes de iniciar o percurso, Rose conseguiu comprar os vestidos que faltavam por um preço “bem baratinho”, como definiu.
Ela, o noivo e outros 14 fiéis partiram do Jaçanã, bairro da zona norte da capital paulista, na terça-feira, 8. O casal colocou como meta percorrer cerca de 40 quilômetros por dia até a cidade de Aparecida. Oliveira já é experiente nesse tipo de peregrinação, com 18 romarias no currículo, enquanto Rose está cumprindo a sua segunda. Para se acostumar com a roupa e o esforço físico, no ano passado ela participou da São Silvestre vestida de noiva.
O casamento está marcado para esta sexta-feira, 11, às 11h. A cerimônia será celebrada em um ponto de apoio ao peregrino no quilômetro 108 da Dutra.
Até a tarde desta quinta-feira, 10, o casal ainda estava à procura de um padre que oficializasse a união – o religioso que havia ficado responsável pelo matrimônio não vai poder realizá-lo por problemas pessoais. Família, amigos, madrinhas e padrinhos chegam na sexta ao local para prestigiar a união.
Após a cerimônia, o casal segue até Aparecida e deve chegar à cidade por volta das 19h.
O pedido
Depois de 18 anos de união, Rose não imaginou que seria pedida em casamento no meio de uma romaria. “Eu pedia para Nossa Senhora Aparecida que tocasse o coração dele para que ele me pedisse em casamento no momento certo.”
A ideia de noivar veio de forma inusitada, durante uma entrevista. “Ano passado, um repórter me perguntou se eu era casado. Eu disse que não e, nesse momento, veio a vontade de pedir ela em casamento”, lembra Oliveira.
Rose fala que a emoção foi tão forte que ela não conseguia parar de chorar. Agora, pouco tempo antes do casamento, o sentimento retorna. “Estou em uma adrenalina que você não tem noção. Sem palavras”, descreve.