Por Tirley ALFONSO

A Síndrome de Burnout foi incluída na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11) pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A decisão da OMS ocorreu durante a assembleia mundial da organização deste ano, em Genebra, na Suíça, porém a inclusão oficialmente começa a valer em 2022. De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho, a partir de estudos da Associação Internacional de Manejo do Estresse (Isma), no Brasil 72% das pessoas sofrem com estresse no trabalho  e entre eles 32% têm burnout, também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional. Ela foi assim denominada pelo psicanalista alemão Herbert J. Freudenberger no início dos anos 1970. Burnout é definida como resultante do estresse crônico no local de trabalho e é caracterizada por três dimensões:

  1. Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;
  2. Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho;
  3. Redução da eficácia profissional.

Os sintomas são variados, porém sempre envolvem nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos. Existem estágios da síndrome que podem, ou não, ocorrer conjuntamente e eles são identificados por 12 características:

  1. Necessidade de aprovação;
    2. Excesso de trabalho;
    3. Deixar as necessidades pessoais de lado;
    4. Transferir os conflitos, ignorando seus problemas ou se sentindo ameaçado, nervoso ou em pânico;
    5. Distorção de valores: somente o trabalho importa;
    6. Negar que problemas estão surgindo;
    7. Distanciar-se da vida social e procura formas rápidas de aliviar o estresse;
    8. Mudanças comportamentais;
    9. Perda de personalidade;
    10. Vazio interior e, para superar isso, começa a dar atenção a atividades ou mesmo vícios que podem prejudicar a si mesmo;
    11. Depressão;
    12. Síndrome de Burnout com colapso mental e físico, que precisa ser acompanhado por um especialista.

 

O tratamento pode contemplar três esferas:

  1. Terapia
    Não há uma linha especifica, o importante é tratar as emoções e traçar estratégias para a melhoria da saúde mental e física. Exercícios de relaxamento são ótimos para controlar os sintomas.2.   Remédios
    Remédios somente se forem necessários e sempre com acompanhamento médico.3.   Novos hábitos
    Procure um profissional para auxiliar a  repensar seus hábitos e construir novos, mais saudáveis.

    Igualmente importante será desenvolver a Resiliência. A capacidade de se recuperar ou se adaptar às mudanças pode ser desenvolvida e estimulada para aumentar a tolerância ao estresse.

    Entenda que o desejo continuo por alta performance, em ser sempre o melhor, a competitividade exacerbada, a constante preocupação em demonstrar alto grau de desempenho, tudo isso pode estar escondendo algo mais profundo, como uma baixa autoestima ou fuga de sua vida pessoal. Reflita sobre e procure ajuda de um profissional capacitado para lidar com transtornos emocionais.

É importante saber que a síndrome de burnout não tratada pode resultar em estado de depressão profunda.