O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), acredita que a PEC paralela da Previdência tem espaço para debate depois de o texto-base da reforma previdenciária ter sido aprovado na noite de terça-feira, 22. “É um texto muito mais rápido para ser analisado”, avaliou. Ele disse, em entrevista à Rádio CBN, que o valor da proposta poderá ser reduzido em até R$ 200 bilhões, beneficiado, conforme ele, por esse “vácuo” que é a aprovação do texto-base da reforma da Previdência.

Na opinião do parlamentar, a PEC paralela deve andar mais rápido do que se imagina. “Há um clima de entendimento para outras demandas”, afirmou, completando que agora volta a pressão para Estados e municípios. “Pode ser desidratada porcentualmente, mas vai ser encaminhada”, previu. Com relação à capitalização, disse que não vê esse assunto como prioridade para análise no Congresso.

Para o senador, a crise no PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, não deve atrapalhar a continuidade da agenda de reformas do governo. “Acredito que com o acerto da agenda, assim como ocorreu com a reforma da Previdência, o governo entra em sintonia até com aqueles que não foram eleitos pelo partido e não são da base. Essa discussão de privatização e outras pautas ultrapassa a discussão maior do partido com o governo. É uma briga de ajuste interno. É um problema, mas tenho a esperança de que vá ajustar isso com a agenda do presidente”, avaliou.

MDB

Sobre a aproximação do seu partido, o MDB, do governo, o novo líder do governo no Congresso, que entrou no lugar de Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que a legenda, que tem como liderança no Senado Fernando Bezerra Coelho (PE), se consolida como um partido que tem a maior bancada na Casa e alinhado com uma agenda mais plural. “Há uma sintonia com essa agenda. A deputada Joice é uma amiga e fui designado por ela como vice. Para nós, sua saída tem mais a ver com a crise no PSL do que com o trabalho que vem sendo desenvolvido”, disse.

Embaixada

Gomes ainda comentou a desistência do deputado Eduardo Bolsonaro da indicação de seu nome para embaixador do Brasil nos EUA. Conforme o novo líder do governo no Congresso, havia confiança de que o filho do presidente da República seria encaminhado para o cargo, mas fez a opção de se manter na liderança do PSL. Conforme ele, neste momento de crise e em processo de reconciliação, isso é importante, pois trata-se do deputado mais bem votado da história do País.