O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a prometer a redução dos volume de depósitos compulsórios na autoridade monetária, atualmente na casa dos R$ 440 bilhões. “Estamos mapeando, junto com a B3, todos os créditos privados, para sabermos quanto vale cada um. É importante que crédito privado tenha valor de liquidez”, afirmou, em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 6.

Segundo o presidente do BC, se todos os créditos privados estiverem devidamente identificados e precificados, eles passarão a ter um valor de assistência de liquidez que poderá substituir parte dos compulsórios hoje depositados na autoridade monetária para fazer frente a eventuais crises do setor bancário.

“Poderemos colocar dezenas de bilhões de reais dos compulsórios na economia”, completou Campos Neto.

Crédito imobiliário

O presidente do Banco Central afirmou ainda que o crédito imobiliário tem impulsionado o emprego e a economia no Brasil nos últimos meses. Segundo ele, porém, o crédito imobiliário no País ainda é reduzido e tem grande potencial de expansão.

“Na média, a alavancagem do crédito imobiliário é baixa”, comentou Campos Neto. “O home equity é um grande projeto, que já está em andamento”, acrescentou, em referências às operações de crédito que tem como garantia um imóvel.

Campos Neto citou um estudo dando conta que as pessoas que tomam crédito dando um imóvel como garantia geralmente não utilizam os recursos para o consumo, mas sim para investimento em uma empresa que já existe ou em um novo negócio.

Durante a exposição aos deputados, Campos Neto também destacou o lançamento recente de linhas de crédito imobiliário que contam com o IPCA – o índice oficial de preços – como indexador, no lugar da Taxa Referencial (TR).

Segundo ele, a expectativa era de que essa nova modalidade movimentasse R$ 1 bilhão até o fim do ano, mas já houve R$ 2 bilhões em negócios em um mês.

Cooperativas

O presidente do Banco Central destacou também que as cooperativas de crédito são responsáveis por 8% do crédito no Brasil atualmente. “Nós queremos que isso vá para 20%”, afirmou.