As buscas na internet mostram que a cotação do bitcoin só perde para a do dólar e do euro. De janeiro a outubro de 2019, o Google registrou mais de 1,2 milhão de buscas sobre a cotação do criptoativo no Brasil. Uma das razões para tanto interesse é a volatilidade: ativo de altíssimo risco, a mais famosa das moedas virtuais entrega prêmios polpudos para quem gosta de investir como se estivesse em uma montanha-russa, curtindo a adrenalina. No final de 2017 o mercado de criptomoedas chegou aos US$ 750 bilhões. Em 2019, a capitalização quase triplicou de valor. Mas não sem dilapidar muitos dos que se arriscaram na moeda ancorada em blockchain.

O diretor de OTC da corretora de moedas virtuais Mercado Bitcoin, Fabrício Tota, afirma que é um caminho sem volta: a empresa já alcançou 1,8 milhão de clientes e fecha 2019 com valorização de R$ 4,5 bilhões nos criptoativos. “A expectativa para 2020 é crescer mais e chegar a 3 milhões de investidores atuando no mercado da criptomoeda”, afirma.

O executivo diz que é questão de tempo para que cada vez mais os jovens se informem e descubram o mundo dos investimentos com as facilidades de ferramentas digitais como os aplicativos e sejam atraídos pelo mercado de investimentos. A empresa de Tota estuda o lançamento de um utility token, facilitando as trocas no varejo. “Será uma alternativa para varejistas e consumidores estabelecerem relações de troca de uma forma mais tecnológica, com infinitas possibilidades como programa de pontos, cashback, fidelidade e meios de pagamentos”, afirma Tota.

O bitcoin despertou a atenção dos concorrentes e diversas outras criptomoedas foram criadas, mas nenhuma chega nem perto do que a bitcoin conseguiu alcançar. A maioria das altcoins (como assim são chamadas essas outras moedas) nasceu a partir de modificações do código-fonte da bitcoin, com o propósito de mudar alguns parâmetros internos da rede da moeda ou adicionar novas características.

REGULAÇÃO O ano de 2019 deixou claro que empresas de tecnologia e organizações financeiras multinacionais têm grande interesse em moedas própias. O Facebook e o JPMorgan Chase anunciaram a criação de seus tokens nativos, respectivamente Libra e JPM Coin, que deverão facilitar o comércio internacional. As iniciativas encontram resistência de órgãos reguladores. O Banco Popular da China, por exemplo, renovou esforços para regular as exchanges (corretoras) de bitcoin no país. E tudo indica que o governo chinês já tem seu projeto para o token que complementaria o yuan.

Enquanto isso, Roberto Cardassi, CEO e fundador da BlueBenx, empresa de tecnologia financeira com foco em áreas estratégicas do mercado digital e criptomoedas, acredita em uma alta de quase 40% do bitcoin no primeiro semestre de 2020. “Apesar de iniciar fraca em 2019, a moeda foi ganhando força ao longo do ano e até julho de 2020 devemos ter um cenário perto de US$11 mil a US$ 12 mil”, diz o executivo.

“O mercado de criptoativos foi marcado pela consolidação do bitcoin como referência de liquidez e avanço de adoção. A participação de mercado do principal ativo digital saltou de 51,51% para 67,86%, sinalizando o ganho de performance relativo contra os demais ativos digitais com liquidez relevante. O cenário deve continuar o mesmo para 2020”, afirma Safiri Felix o diretor-executivo da Associação Brasileira de Cripwto-economia (ABCripto).

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