Os investidores mais conservadores perderam poder de compra no ano passado. As aplicações financeiras em caderneta de poupança, dólar e euro tiveram perdas reais para a inflação em 2019, segundo levantamento da Economatica, divulgado nessa sexta-feira, 10 de janeiro de 2020. A poupança mostrou ganho de 4,26% no ano, ou 0,05 ponto percentual abaixo da inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que registrou elevação de 4,31% em 2019, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No exemplo das moedas estrangeiras, mesmo com toda a volatilidade das divisas vista no ano passado, o dólar mostrou alta de 4,02% no período, mas 0,27 ponto percentual abaixo do IPCA. No caso do euro, quem tinha a moeda europeia guardada em casa como reserva financeira ou para futuras viagens teve prejuízo de 2,15 pontos percentuais em relação à inflação brasileira, pois o preço do ativo teve retorno nominal de apenas 2,06% em 2019.

Já o investidor que conseguiu obter 100% da taxa de depósito interfinanceiro (DI) obteve retorno nominal bruto de 5,96% no ano passado, ou 1,59 ponto percentual acima do IPCA. Mas vale destacar, que a depender do tipo de aplicação, da cobrança de taxas de administração (Tesouro Direto, fundos DI ou fundos de renda fixa) e da tributação do IR sobre ganhos na renda fixa, cujas alíquotas variam entre 15% a 22,5% (que incide também sobre CDBs), o retorno líquido também pode ter sido inferior ao da inflação. “O retorno do CDI descontada a inflação no ano de 2019 é de 1,59%, que é o pior registro desde o Plano Real em 1994. O melhor momento do CDI da amostra aconteceu no ano de 1998 com ganho de 26,48% acima do IPCA”, disse a Economatica, em relatório.

RETORNO REAL

Só teve ganho consistente em 2019, o investidor que foi para o risco da renda variável (ações) ou para a segurança do ouro, devido às incertezas internacionais. “O Ibovespa tem o melhor retorno real (acima da inflação) no ano de 2019 com 26,15% seguido pelo Ouro com 22,81%”, afirmou a Economatica. Em termos nominais, o Ibovespa teve valorização de 31,58%, e o ouro, de 28,1% no ano passado.