22/01/2020 - 8:10
As bolsas europeias operam majoritariamente em alta na manhã desta quarta-feira, ensaiando uma recuperação de perdas de ontem, quando foram atingidas por uma onda de aversão a risco gerada pela disseminação de um coronavírus na China. Investidores na Europa também continuam monitorando a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, que prossegue hoje em Davos, na Suíça.
O surto de coronavírus preocupa à medida que milhões de pessoas na China se preparam para viajar durante o feriado do ano-novo lunar chinês, que começará na sexta-feira (24) e se estenderá por uma semana.
A doença também reavivou memórias da epidemia de SARS, outro tipo de coronavírus que provocou quase 800 mortes em 2002 e 2003 e prejudicou o fluxo de viagens internacionais.
A resposta e franqueza das autoridades chinesas, no entanto, têm ajudado a acalmar os investidores. Hoje, a Comissão Nacional de Saúde da China informou que o novo coronavírus já infectou 440 pessoas e provocou ao menos nove mortes. Na época da SARS, Pequim inicialmente tentou encobrir o caso.
Também continua no radar o evento do Fórum Econômico Mundial em Davos. O presidente dos EUA, Donald Trump, que participa da reunião na Suíça, falou mais cedo em entrevista à CNBC que o surto de coronavírus está sob controle e que não se preocupa com a possibilidade de uma pandemia. Ontem, os EUA registraram o primeiro caso da doença.
Ainda falando à CNBC, Trump voltou a defender que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduza juros porque o dólar está “forte”. Já em outra entrevista, à Fox Business, Trump afirmou que seu governo vai anunciar um corte de impostos “bem grande” para a classe média nos próximos 90 dias.
Por sua vez, o Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, disse durante painel em Davos que os EUA poderão tarifar carros provenientes da Europa se países da região forem adiante com planos de impor um “imposto digital” a grandes empresas de tecnologia americanas, como Facebook e Alphabet (controladora do Google). À CNBC, Trump afirmou que a União Europeia não vai ter outra opção além de negociar um novo acordo comercial com os EUA.
Às 8h01 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,15%, a de Frankfurt tinha alta marginal de 0,01%, a de Paris avançava 0,02% e a de Lisboa ganhava 0,13%. Por outro lado, as de Milão e de Madri caíam 0,54% e 0,38%, respectivamente. No câmbio, o euro recuava a US$ 1,1086, de US$ 1,1093 no fim da tarde de ontem, enquanto a libra se fortalecia a US$ 1,3074, de US$ 1,3946 ontem.
No noticiário corporativo, se destaca negativamente a Antofagasta, que registrou queda na produção de cobre do quarto trimestre, embora o resultado de todo o ano de 2019 tenha sido recorde. No mercado inglês, a ação da mineradora chilena tinha queda de cerca de 3%. Com informações da Dow Jones Newswires.