22/01/2020 - 16:26
Especialistas da ONU pediram nesta quarta-feira uma investigação para saber se o celular do fundador e presidente da Amazon, Jeff Bezos, foi hackeado depois de receber uma mensagem no WhatsApp de uma conta atribuída ao príncipe saudita, Mohamed bin Salman.
A invasão, há dois anos, resultou na publicação de imagens íntimas do presidente da Amazon, também proprietário do jornal Washington Post, para o qual Jamal Khashoggi, jornalista saudita crítico de Riad, trabalhou e foi assassinado em 2 de outubro de 2018 no consulado de seu país em Istambul.
Em uma declaração, Agnès Callamars, relatora de execuções extrajudiciais, e David Kaye, seu colega sobre liberdade de expressão, consideraram que “os supostos hackers de Bezos e de outras pessoas devem sofrer uma investigação imediata pelas autoridades americanas”.
Os relatores da ONU indicam que receberam informações que “sugerem o possível envolvimento do príncipe herdeiro na estreita vigilância de (a intimidade) de Bezos, com o objetivo de influenciar a abordagem do Washington Post às informações sobre a Arábia Saudita.
Esses especialistas são indicados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, mas não falam em nome da ONU.
Eles pediram que a investigação se concentre principalmente no envolvimento direto ou indireto do príncipe herdeiro em ações cujo alvo seriam supostos opositores”.