10/02/2020 - 17:29
A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) rebateu o pedido de desculpas do ministro da Economia, Paulo Guedes, chamando-o de “irresponsável” por se utilizar do cargo para convencer os brasileiros “de um discurso que banaliza os direitos dos servidores públicos”.
De acordo com nota da Fenafisco, o pedido de desculpas do ministro, que na sexta-feira disse que a imprensa havia divulgado suas declarações fora de contexto, “não minimiza a conduta desrespeitosa de Guedes em relação aos funcionários públicos, em especial auditores fiscais, que cumprem um papel fundamental para um país mais justo, fiscalizando o pagamento de impostos, combatendo o crime e garantindo a arrecadação de recursos para políticas públicas como saúde e educação”.
Para a Fenafisco, com o fim da estabilidade no emprego “aqueles que estão no governo podem utilizar os cargos públicos para empregar, sem qualquer critério técnico, profissionais que atendam a determinados interesses, aumentando o compadrio e o clientelismo”.
Para entidade a associação, é fundamental a união de todas as carreiras neste momento, para impedir a anulação dos direitos conquistados e “os repetidos desrespeitos do governo com categorias que trabalham para um país igualitário”.
Maia
Nesta segunda-feira, 10, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também afirmou que declarações do ministro como a que comparou o funcionalismo público a parasitas “são frases mal colocadas que geram atritos desnecessários”.
Segundo Maia, a declaração de Guedes trouxe para o debate quem não vai ter sua vida alterada, ou seja, os atuais funcionários públicos, já que as conversas apontam para mudanças nos próximos concursos públicos.
“Estamos tratando dos novos, porque os antigos não vão entrar nesse debate. (As declarações) trazem para o debate quem não deve estar nesse debate. O governo já decidiu que o importante é ter alguma mudança da administração pública brasileira, mas para novos concursos”, explicou Maia, que espera para esta semana o texto do governo sobre o “novo funcionalismo”, que entre outras coisas perderá a estabilidade no emprego e não terá mais promoções por tempo de serviço.
“Não chamo de reforma porque é uma coisa nova, não vai mexer no que existe”, disse Maia.